Apesar de o gerenciamento de infraestrutura de data centers ter avançado muito nos últimos anos, ainda falta às empresas uma visão ampla para melhorar a disponibilidade e aumentar a eficiência e a capacidade de gerenciar os recursos computacionais. A constatação é de uma pesquisa conduzida pela a Emerson Network Power, subsidiária da área de sistemas de energia do grupo Emerson, divulgada nesta quinta-feira, 26, nos Estados Unidos.
O levantamento revela que a maioria das companhias (65%) usa menos de 70% da sua capacidade computacional. Mesmo assim, mais da metade delas (57%) disse que planeja adicionar mais servidores ao seu parque de equipamentos nos próximos três anos, e 20% pretende aumentar a capacidade de espaço alugado no modelo de colocation ou de hospedagem. Mais ainda, quase um quinto (18%) tem planos para construir um novo data center.
O estudo aponta três fatores como principais responsáveis pelo baixo desempenho dos data centers: a falta de visibilidade de utilização dos sistemas, a ausência de documentação sobre eficiência e a escassez de funcionalidades nos sistemas de gestão.
Outra constatação da pesquisa é que, embora a virtualização esteja sendo usada na maioria dos data centers – somente 8% não tinham virtualizado ao menos alguns de seus servidores –, 44% disseram que devem aumentar o número de servidores físicos ao longo dos próximos três anos. Além disso, apenas 2% acreditam que todos os servidores no data center serão virtualizados nos próximos três anos. Ainda assim, a adoção da virtualização é muito elevada (88%) e um surpreendente índice de 88% daqueles que a adotaram disseram ter atingido os resultados esperados, incluindo a melhoria no consumo de energia e na utilização dos espaços, bem como na implantação mais rápida do servidor.
Em razão desse cenário, o estudo procurou identificar as ferramentas de gestão que os departamentos de TI estão usando para ajudá-los a lidar com a complexidade crescente provocada pela virtualização e outras mudanças. Os mais utilizados são os serviços de monitoramento (65%), equipamentos de rastreamento (54%) e sistemas de gestão de refrigeração (53%). Na outra extremidade do espectro, o monitoramento de máquinas virtuais e dos hardware subjacentes (28%) e os sistemas de gestão de capacidade de TI (27%) estão entre as ferramentas de gestão menos utilizadas. Menos de um quarto (24%) dos entrevistados tem conseguido uma integração entre as plataformas de gestão física e virtual.
O quadro que emerge do levantamento, de acordo com a Emerson Network Power, não é apenas que o mercado vive uma fase de forte transição, mas que, para avançar efetivamente, as empresas precisam lançar mão dos instrumentos de gestão disponíveis hoje, embora ainda não consigam otimizar a capacidade e eficiência de seus sistemas. Eficiência, em particular, é uma área que está atrasada, observa Steve Hassell, presidente da unidade de negócios Avocent, ao ressaltar que não é por outro movito que os CIOs elegeram a disponibilidade dos sistemas como o item mais importante hoje da TI, mais até do que custos, já que a pressão por maior eficiência cresce em progressão geométrica.
Para a pesquisa, a empresa ouviu 240 profissionais nos EUA responsáveis pela gestão de data centers, de empresas dos mais variados portes e segmentos econômicos.
*O jornalista viajou a Nova York a convite da empresa.
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