A Gávea Investimentos, empresa de private equity que tem como sócio o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, e que administra R$ 9 bilhões em fundos, escolheu a Policard, empresa de meios eletrônicos de pagamento, com sede em Uberlândia, para fazer sua estréia no mercado de cartões. Depois de seis meses de negociações, a Policard vendeu 25% de suas ações para a Gávea e 5% para a Monashees Capital. O valor da transação não foi divulgado.
O contrato entre os grupos empresariais foi assinado no dia 12 de junho, em São Paulo. De acordo com o presidente da Policard, Humberto Pereira Carneiro, o principal desafio da negociação é transformar a Policard em uma das maiores empresas brasileiras de cartões especializadas nas classes C, D e E. ?Queremos multiplicar nosso faturamento de forma ainda mais agressiva e chegar a R$ 1 bilhão nos próximos três anos?, afirma Carneiro.
Segundo ele, várias estratégias vêm sendo traçadas no último semestre para atingir essa meta. Uma delas é a inclusão dos não bancarizados no mercado de cartões. Atualmente, apenas 35 milhões de pessoas detêm 80 milhões de cartões de crédito/débito emitidos no País, com grande concentração nas classes mais privilegiadas.
A Policard pretende alcançar os outros 75 milhões de potenciais clientes em todas as regiões brasileiras para conseguir mudar essa realidade. ?Nosso foco está voltado justamente para as pessoas excluídas do sistema bancário devido ao alto custo de manutenção de contas. Queremos oferecer a esses cidadãos o acesso aos meios de pagamento eletrônico de maneira mais humana e justa?, diz Carneiro.
Uma das formas para alcançar esse objetivo, segundo ele, será a filosofia inovadora de trabalho a ser implantada na empresa. ?Serão firmadas parcerias com pequenas emissoras de cartões de todo o Brasil, o que possibilitará à Policard, chegar de forma ordenada e consistente até as cidades mais distantes dos grandes centros?, adianta Carneiro, ao dizer que a meta é atuar em todo país até o fim deste ano.
Segundo ele, até 2010 a empresa será preparada para realizar uma oferta inicial de ações (IPO). ?Nossos parceiros não entram em negócio de pequena projeção?, finaliza.