O segmento de tecnologia da informação e comunicação (TIC) contribiu com cerca de 0,5 ponto percentual no crescimento do PIB nacional entre 1995 e 2003 e traz consigo o potencial de gerar 38 empregos a cada R$ 1 milhão investido e contribui com mais de 80% do crescimento da produtividade do país entre 2000 e 2004. Os dados fazem parte do estudo Brasil Digital – Alavancando TIC para Estímulo Econômico, realizado pela Booz&Co a pedido da Brasscom, entregue há dois dias ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. Um excerto do relatório foi apresentado pela Intel na sexta, 26, e a expectativa do diretor de expansão de mercado da Intel Brasil, Cássio Tietê, é de que o estudo seja encaminhado ao presidente Lula nos próximos dias.
"Há muitos projetos que envolvem TIC em vários estágios de desenvolvimento, mas faltava uma política coesa e articulada. O próximo passo é aguardar o posicionamento do governo, eventualmente até uma reunião com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e a formação de grupos de trabalho para aprofundar os estudos", avalia Tietê.
Com foco no equilíbrio dos pilares custo, cobertura, conscientização e capacitação e regulamentação, o estudo elaborou sete recomendações ao governo: Banda larga 1.0 com isenções fiscais para população de menor renda e extensão da disponibilidade de backhaul e última milha; Computador para Todos 2.0 – com isenções de ICMS, linhas de crédito e ampla divulgação de facilidades de crédito; Lan house 3.0 – com linhas de financiamento, desenvolvimento e divulgação de modelo de negócios sustentável e formalização da atividade; Capacitação para as PMEs – parceria com Sebrae/Brasscom; Regulamentação – acelerar licitação de licenças adequadas à banda larga e das metas do PGMU e adequação da dinâmica regulatória; Lei 11774 – regulamentação para redução dos custos de contratação de profissionais de Tie estímulo à exportação; e TIC no governo – estabelecimento de prioridades, metas agressivas para resultados de curto prazo e acompanhamento do progreso.
Segundo o estudo, a implementação das recomendações tem potencial de atrair investimentos da ordem de R$ 750 milhões em banda larga sem fio, gerar 15 mil empregos para implementação dessa infraestrutura, adicionar 1 milhão de novos acessos em banda larga, vender cinco milhões de novos computadores, formalizar 50 mil empregos e agregar R$ 65 milhões em investimentos em lan houses.
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