O anúncio feito pelo governo federal nesta terça-feira, 26, durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), do programa denominado "Ciência Sem Fronteiras", que vai oferecer 100 mil bolsas de estudo para brasileiros em 30 universidades no exterior, deve beneficiar vários setores, principalmente o de tecnologia da informação.
"Temos lutado intensamente para colocar o país neste rumo. É imprescindível investir em educação e inovação para melhorar a formação dos brasileiros e ser competitivo no mercado mundial. O setor de TI será beneficiado e tem muito a ganhar com esta iniciativa", avalia o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de TI (Sindpd), Antonio Neto, que também é conselheiro do CDES e estava presente no lançamento do programa.
Durante a apresentação das diretrizes do "Ciência Sem Fronteiras", a presidente Dilma Rousseff afirmou que o programa prioriza a formação na área das ciências exatas. "Este é um segmento onde temos problemas, reconhecer isto é o primeiro passo para solucionar a questão. É fundamental formarmos jovens na área da engenharia, da física, da química e da ciência da computação e informática. O Brasil precisa dar um salto em inovação e esse é o caminho", frisou.
As bolsas têm previsão de começarem a ser distribuídas em 2012 e abrangerão desde o ensino médio até o pós-doutorado. Terão prioridade os alunos melhor colocados no ProUni (Programa Universidade para Todos), no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes).
As estimativas são de que o programa movimente entre R$ 2 bilhões e R$ 3 bilhões, sendo que 25% do valor será oferecido por empresas privadas e os demais 75% pelo governo federal. Do total de bolsas que serão concedidas, 75 mil serão custeadas pelo governo federal e 25 mil, pela iniciativa privada. Das bolsas do governo, 27,1 mil serão destinadas à graduação de estudantes, 24,6 mil terão como destino o chamado doutorado sanduíche, com duração de um ano, e 9,79 mil a doutorados integrais, com duração de quatro anos. Para pós-doutorados, serão mais 8,9 mil bolsas e para estágio sênior, 2,6 mil. Haverá ainda 700 bolsas para treinamento de especialistas de empresas no exterior; 860 para jovens cientistas; e, por fim, 390 para pesquisadores visitantes.
A seleção das universidades estrangeiras que serão destino dos bolsistas será feita de acordo com os rankings apresentados pela Times Higher Education e pela QS World University.
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