Apesar de todas as promessas de liberação dos recursos para que pudesse ser assinado o contrato com a empresa que ganhou a licitação para operar o call center da Anatel, até a tarde desta quinta-feira, 25, a agência ainda não havia recebido os recursos destinados a este contrato.
Como hoje é o último dia da prorrogação de contrato da empresa que atualmente presta este serviço, o call center estará fechado até que os recursos sejam liberados pelo Ministério das Comunicações, que já teria recebido a autorização para repassá-lo à Anatel.
A atual empresa que presta o serviço de call center teve seu contrato encerrado e prorrogado até esta quinta, 24. O valor do novo contrato com outra empresa, que é por produção, não foi revelado. O call center recebe 10 mil ligações por dia e 270 mil por mês.
Do total das chamadas, 80% se referem a pedidos de informação de consumidores, 20% a reclamações e 0,5% são denúncias. É o único instrumento de comunicação da agência com o público.
Embate
Nos bastidores, o que se vê é um embate entre Anatel e Minicom. Da parte do ministério, há alguma desconfiança de que a agência esteja criando um fato de impacto (fechar o call center) para pressionar o Minicom a liberar verbas que já foram repassadas pelo Planejamento.
A agência teria, contudo, outras alternativas, na visão de alguns técnicos do Minicom, e não estaria em situação de tamanha privação financeira como alardeia.
Da parte da Anatel, o sentimento é de desespero. Elifas Gurgel do Amaral, presidente da agência, cuja assessoria chegou a negar que houvesse risco de fechamento do call center, tem evitado entrar em conflito com o Minicom, mas há muito vem atuando junto ao Congresso e ao ministério no sentido de conseguir a liberação de recursos contingenciados.
A Anatel está, de fato, divulgando o fechamento do call center, mas porque precisa alertar a população sobre a suspensão do serviço.