A imagem do Brasil em TI

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O Brasil já começa a ser percebido internacionalmente como um provedor global de software e serviços de Tecnologia da Informação (TI). As ações que o país tem desenvolvido, através da Apex, da Softex, do Governo e de empresas, entre outros atores – têm levado potenciais clientes internacionais, ao diversificarem seus fornecedores de TI, a consultar empresas brasileiras.

Esta nova realidade pode ser confirmada pelas recomendações feitas por analistas de renomadas empresas de pesquisas e consultoria aos seus clientes, como o Gartner Group. Segundo elas, as empresas brasileiras são, hoje, alternativas viáveis como fornecedores de TI. Outro dado positivo é o aumento de negócios feitos por empresas multinacionais ou brasileiras, sejam elas pequenas, médias ou grandes. As grandes empresas multinacionais de TI, por exemplo, têm aumentado sustentadamente seus centros de prestação de serviços de TI ao exterior. O volume de negócios com o exterior das brasileiras, por sua vez, também têm experimentado crescimento importante.

Outro indicador de que o Brasil passa a ser notado internacionalmente de forma consistente são as alianças entre empresas brasileiras e investidores e grupos internacionais. Neste caso, cabe destaque a expressiva parceria formada entre a brasiliense Politec e o conglomerado japonês Mitisubishi, coincidentemente anunciada ao mercado exatamente na semana em que a imigração japonesa no Brasil comemora 100 anos. Com esta parceria, já é possível afirmar que nasce aí a primeira multinacional brasileira de serviços de TI.

Porém, para incrementar substancialmente a visibilidade internacional que nossa TI começa a experimentar, é fundamental a definição do posicionamento que o Brasil deseja ter. É de reconhecimento geral que determinados países, como Índia, Irlanda, Israel, Rússia e China, são percebidos, ante os olhos dos clientes mundiais, como especializados em determinados segmentos de negócios em TI.

O Brasil, ao contrário, ainda não tem uma imagem internacional definida para sua TI, de forma que devemos iniciar um amplo debate, envolvendo empresas, Governos e entidades setoriais, para definir que imagem queremos ter como provedor global de software e serviços de TI. Queremos ser conhecidos como "experts" em sistemas de TI para grande número de usuários, como as eleições, o imposto de renda e a automação bancaria? Ou queremos ter reconhecida nossa capacidade de resolver, utilizando a TI, os problemas dos nossos clientes, criando soluções e serviços criativos, flexíveis e de custos competitivos (acompanhando o conceito de "resolutividade"', segundo uma consultoria internacional que alguns poucos anos atrás analisou a TI brasileira)? Ou, ainda, queremos ser conhecidos por uma TI onde predomina a capacidade de inovação em grandes ou pequenas empresas? Ou queremos todas as alternativas acima?

A partir desta definição, será possível orientar uma série de aspectos estratégicos, como a criação de uma marca para a TI brasileira, ou como o desenvolvimento de campanhas de fortalecimento de nossa imagem no exterior.

Mas, seguramente, mais do que nunca, esta é a hora!

Djalma Petit é diretor de Mercado da Softex

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