Provedores de internet defendem código de regulamentação para o setor

0

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia ouviu nesta terça-feira, 26, Eduardo Parajo, presidente da Associação Brasileira de Provedores de Internet (Abranet), que defendeu a elaboração de um código de regulamentação para o setor que representa. Segundo ele, é necessário e urgente determinar normas que deixem claros os deveres, as obrigações, o que compete ou o que não é permitido a cada provedor.

Parajo explicou ainda que a associação, pensando nessa necessidade, trabalha desde 2006 na elaboração de num código de auto-regulamentação, "num trabalho árduo, para definir parâmetros técnicos aceitáveis por todas as empresas". O documento impõe normas éticas e de conduta para os operadores de rede de serviços de internet. Além disso, o presidente da Abranet citou todo o trabalho que vem sendo feito em conjunto com o Comitê Gestor da Internet no Brasil para o aprimoramento da segurança, com a criação de filtros eletrônicos e mecanismos de denúncia caso usuários se deparem com conteúdos ilícitos.

Eduardo Parajo também demonstrou preocupação com a possibilidade de o trabalho que vem sendo feito para punir criminosos que utilizam a rede de computadores para cometer seus delitos, como os pedófilos, acabe inibindo o acesso à internet pelo público em geral. Ele afirmou que "é preciso punir o criminoso", mas sem frear a inclusão digital e a adesão de novos usuários.

Osvaldo Barbosa de Oliveira, diretor-geral do MSN/Hotmail no Brasil, também foi ouvido pela CPI, e alertou para a importância da presença dos pais e de estes ficarem atentos em relação ao conteúdo que seus filhos acessam na web. "De nada adianta as ferramentas oferecidas se não há a fiscalização dos pais", alertou.

Ele explicou como funcionam os serviços oferecidos pela Microsoft – o MSN, portal de conteúdo; o Messenger, de comunicação instantânea, além do Hotmail e do Spaces, espécie de rede de relacionamento – e os mecanismos para garantir a segurança do internauta, como filtros de palavras e de análise de imagens, e a possibilidade de remoção e bloqueio de conteúdos que firam o código de conduta da empresa e a legislação nacional.

Questionado pelo presidente da CPI, senador Magno Malta (PR-ES), a respeito da disposição da empresa de participar de campanha nacional contra a pedofilia, Barbosa lembrou que a empresa já esteve presente em programas de televisão e não se opõe a atuar em algo nesse sentido, mas acha que é mais produtivo investir em orientação sobre o assunto na própria internet. Além disso, mencionou a parceria da empresa com o governo e se dispôs a formalizar esse acordo por meio da assinatura de um termo de ajustamento de conduta (TAC).

Campanha de esclarecimento

Durante os debates, o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) aventou a possibilidade de elaboração de uma lei para obrigar o poder público a promover, anualmente, uma campanha de esclarecimento a respeito do crime de pedofilia. Também participou da audiência pública o senador Virgínio de Carvalho (PSC-SE).

A próxima reunião da CPI ocorrerá na quarta-feira, 27, quando deverão ser ouvidos Guilherme Henriques, diretor-executivo da Brasil Telecom; Ricardo Camargo, gerente de segmento de rede da Telefônica; Edigar Fontora Filho, coordenador de segurança da GVT; Luiz Eduardo Falco, presidente da Oi (ex-Telemar); José Antônio Guarald Felix, presidente da NET.

Com informações da Agência Senado.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.