O setor de tecnologia da informação fluminense está em processo de estagnação. A declaração é do presidente do Sindicato das Empresas de Informática do Estado do Rio de Janeiro (Seprorj), Benito Paret. Para ele, problemas de política fiscal são responsáveis por essa paralisia. Coordenador do 9º Encontro Nacional de Tecnologia e Negócios (Rio Info 2011), que começa nesta terça, 27, no Rio de Janeiro, ele disse que o evento é importante, “mas não é suficiente” para reverter o quadro.
“O fato de não termos tido uma política de fortalecimento e de atração de novas empresas acaba estagnando o próprio mercado”, disse. Paret acrescentou que a única política fiscal que estava definida era a redução do Imposto sobre Serviços (ISS) de 5% para 2%, para que o Rio ficasse no mesmo nível de outros concorrentes. “Mas, isso não aconteceu. O projeto está parado”.
Outro projeto que iria estimular o setor no estado era a criação de uma agência de desenvolvimento, ou fundação de apoio, específica. “Isso também não tem andado”, assegurou Paret. “Se não houver uma reação, a gente vai passar por tempos de muita limitação”. Por isso, explicou, não há condições de fazer uma estimativa de faturamento do setor no Rio este ano.
As entidades de TI do estado, que vinham conseguindo manter nos últimos anos crescimento equivalente ao dobro do Produto Interno Bruto (PIB) dificilmente repetirão esse desempenho, considerou Paret. Ele informou que muitas empresas operam e têm crescido no Rio, mas têm suas sedes em outros estados. As notas fiscais, acrescentou, observam o local de origem das empresas, o que significa menos faturamento e menos crescimento para o Rio.
Uma série de ações de capacitação e de aumento da qualidade dos produtos e serviços contribuiu, ao lado do Rio Info, para “dar uma segurada” na situação que se observava há nove anos, disse o presidente do Seprorj. Hoje, o Rio está no foco de muitos eventos internacionais. Isso atrai empresas de todo o país e do exterior para participar do Rio Info, o que consolida o evento entre os maiores do setor nacional.
Paret acredita que a realização de eventos como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 vai ajudar no crescimento do mercado de TI. “Se a gente conseguir uma boa articulação para que o legado dessas atividades seja favorável às empresas do setor, acho que vai ser muito importante”. Por enquanto, observou que os eventos esportivos já vêm “carimbados” do exterior. “Pouco sobra. O que sobra é o que tem menos valor agregado internamente”.
Ele confia, entretanto, que outros fatores, entre eles a exploração do petróleo no pré-sal, a entrada em operação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e a revitalização da indústria naval, representam oportunidades para a área. As informações são da Agência Brasil.