Nos últimos dez anos, quase 40 milhões de brasileiros emergiram para a classe C, constituindo a chamada nova classe média, cuja renda familiar média é de quase R$ 2.300. E até 2014, são esperados que outros dez milhões sejam englobados nessa nova classe social, que há alguns anos não utilizava a Web para transações bancárias e agora usam o Internet Banking, por meio de computadores e até smartphones, além de cartões de crédito e débito em sites de compras.
Grande parte dessas pessoas está experimentando a facilidade da aquisição de PCs e dispositivos móveis, e a diversidade de meios de pagamentos. Porém é preciso ter atenção, pois em paralelo a tudo isso, a Internet se consolida como um dos principais meios para a realização de fraudes bancárias, devido ao crescimento do e-commerce.
Para uma população que estava acostumada com o uso de dinheiro ou cheque, o cartão de débito ou crédito traz inúmeras facilidades e também algumas armadilhas. Assim como o uso do Internet Banking, em que dados pessoais são armazenados na web. Para evitar que você seja vítima de golpes comuns aplicados na rede, o ideal é optar pela mudança de comportamento e entender que diante de diferentes meios de pagamentos, a atenção também deve ser diferenciada.
Outro risco é o acesso ao Internet Banking por lan-houses, pois tais computadores podem estar infectados com códigos maliciosos para roubo de dados. Sites falsos de vendas, que levam os consumidores a ter seus cartões de crédito fraudados, também são comuns. “As pessoas são tentadas pela oportunidade, por preços mais baixos, o que na realidade, pode ser um golpe. Por isso o ideal é consultar em vários locais o preço de um mesmo produto e desconfiar se um site estiver vendendo por R$ 70 e na maioria, o produto custar R$ 100, por exemplo”, afirma Hugo Costa, country manager da ACI Worldwide no Brasil.
Preocupar-se com o uso de um bom antivírus, também é necessário. Muitas pessoas acreditam que a ação é um excesso, mas impede que os PCs sejam alvos de ataques.
Tendência
Assim como o crescimento da classe C, o aumento no uso de smartphones e mobile banking também é uma tendência anunciada para os próximos anos e estes equipamentos deverão ser adquiridos, em boa parte, por estes novos consumidores. Segundo pesquisa da ACI Worldwide, em parceria com o Aite Group, divulgada em maio deste ano, entre 14 países analisados, o Brasil tem a terceira maior porcentagem de ‘Smartphonatics’, com 37% de brasileiros neste segmento.
De acordo com a análise, os ‘Smartphonatics’ são os consumidores que mudaram seu comportamento em relação às compras, finanças e pagamentos, por conta da adoção dos smartphones. O estudo revelou ainda, que aproximadamente dois terços dos ‘Smartphonatics’ brasileiros realizam pagamentos móveis, e três quartos utilizam seus bancos por um dispositivo móvel.
Outro recente estudo da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) revelou que o mobile banking cresceu consideravelmente nos últimos quatro anos, de praticamente inexistente em 2008 para uma penetração de mais de três milhões de contas correntes em 2011. E segundo projeções da entidade, em 2018 cerca de 60 milhões de contas correntes estarão conectadas a este serviço.
Já dados da consultoria IDC (International Data Corporation) revelam que o Brasil chegou à marca de nove milhões de smartphones no ano passado. Para 2012, a previsão é que este número cresça 73% e feche o ano em 15,4 milhões de dispositivos.