Xeque de Dubai compra participação na japonesa Sony

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O fundo de investimento Dubai International Capital comprou uma participação significativa na japonesa Sony. A companhia não revelou o valor da transação, feita com parte dos US$ 2 bilhões que detém no Global Strategic Equities Fund, o qual adquiriu também parte substancial do HSBC e da EADS neste ano. Mas os analistas calculam que a participação deve ter sido menor que 5%, já que acima desse percentual teria de ser relatada às autoridades japonesas.

"Este fundo investe em grandes companhias, normalmente com posições entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão", disse Sameer Al-Ansari, diretor-executivo da Dubai International Capital, ao jornal britânico Financial Times. Isso leva os analistas a estimar que, na hipótese de o investimento ter sido de US$ 1 bilhão, representaria 2% das ações da empresa.

O foco na Ásia ocorre em meio a um movimento mais amplo do rico dinheiro árabe, que agora vem sendo carreado para investimentos em ativos além-mar, afastando-se dos EUA, dado o enfraquecimento dólar e o aumento dos fluxos comerciais entre o Oriente Médio e a Ásia.

O fundo de investimento Dubai International Capital, pertencente ao xeque Mohammed bin Rashid Al Maktoum, que governa o emirado de mesmo nome, pretende duplicar os seus ativos de US$ 12 bilhões para US$ 25 bilhões ao longo dos próximos anos. Atualmente, os países da Ásia representam cerca de 20% da carteira global da companhia. A meta de Maktoum é aumentar essa participação para 30%, uma vez que pretende diversificar os ativos fora da Europa, EUA e Oriente Médio.

O investimento na Sony vai além de um jogo tradicional, afirmou deputado japonês Ansari, citando a natureza global do grupo árabe. De fato é o que pode se ler nas entrelinhas do CEO da Sony, Howard Stringer. "Estamos felizes que a Dubai International Capital tenha reconhecido a força da marca Sony, bem como a nossa vantagem competitiva em ter tantos produtos de entretenimento e ativos de eletrônica, capazes de nos colocar à frente na era digital", disse ele, ao anunciar o negócio nesta segunda-feira (26/11).

As ações da Sony subiram 4,6% na Bolsa de Tóquio na manhã desta segunda, após o anúncio. A companhia japonesa está reestruturando algumas atividades e saindo de outras. Em outubro, ela levantou US$ 2,5 bilhões com a venda de sua divisão financeira, a Sony Financial, que tinha uma margem de rentabilidade muito maior que a área de eletrônicos – 13% contra em média 3%.

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