Apesar de representar cerca de 1% da receita global da Tandberg, a operação brasileira da fornecedora de soluções de telepresença e videoconferência é vista pela mariz como de grande potencial de crescimento nos próximos anos.
Em fase adiantada de negociações para ser vendida à Cisco, a empresa procura manter seu ritmo normal. O diretor geral da Tandberg para a América Latina, Thomas Valantin, afirma que, como o negócio ainda não foi concretizado, a palavra de ordem na empresa é continuar a planejar sua estratégia de negócios.
No Brasil, o total vendido pelos distribuidores da companhia é estimado para fechar o ano em R$ 26 milhões (US$ 15 milhões), o que representará crescimento de 100% na comparação com 2008. A previsão inicial era de expandir os negócios em 150%, mas a crise financeira mundial levou a um resultado menor do que o esperado.
Valantin explica que, apesar de a crise ter impulsionado a demanda por soluções de telepresença e videoconferência, abrindo oportunidades de negócios jamais vistas no país, a demora no fechamento dos contratos foi maior do que geralmente ocorre e alguns acabaram sendo postergados para 2010.
Para o ano que vem, a projeção da empresa é expandir os negócios no país em, no mínimo, 50%. Assim, os distribuidores da companhia no Brasil devem totalizar vendas de R$ 40 milhões (US$ 22 milhões). "Mas o mercado brasileiro tem potencial para crescermos ainda mais. As oportunidades de negócios aqui são enormes", destacou Valantin.
O executivo revela que a importância do Brasil na América Latina é tamanha que, dos US$ 2 milhões investidos pela companhia na região nos últimos 18 meses, 50%, ou seja, US$ 1 milhão, foram destinados ao país. Parte desse dinheiro foi aplicado na construção de um novo escritório em São Paulo, que foi inaugurado oficialmente nesta quinta-feira, 26. Para o ano que vem, a empresa deve realizar investimento de US$ 500 mil no país, pricipalmente para elevar e capacitar a equipe local e os canais.
Compra pela Cisco
Sobre a negociação com a Cisco, Valantin, que também é um acionista da companhia, revelou que, do seu ponto de vista, a nova oferta deve ser aceita por 90% dos acionistas, percentual necessário para que a transação seja concluída. "Eu aceito a nova proposta da Cisco", adiantou. O executivo diz que por terem culturas muito semelhantes, como o fato de atuarem por meio de canais, a integração entre as empresas será muito rápida. Após a conclusão do negócio, será criada uma divisão única voltada ao segmento de telepresença e videoconferência. A divisão ficará sob o comando do CEO da Tandberg, Fredrik Halvorsen. "A Cisco está querendo nos comprar não somente pela tecnologia e pela participação de mercado, mas principalmente pelo nosso expertise no segmento", comenta Valantin.
*Após a divulgação desta notícia a assessoria da imprensa informou que quando o executivo afirmou sobre o faturamento, ele quis se referir ao número total comercializado pelas distribuidoras da empresa no Brasil.
- Potencial elevado