O mercado sul-americano de data centers está em rápida expansão. De acordo com pesquisa realizada pela JLL, os próximos anos serão movimentados para o setor, em especial no Brasil, Chile e Colômbia, principais polos da região. O estoque atual dos três países é de 972 MW e deve crescer 67% nos próximos anos impulsionado pelo uso de novas tecnologias, como a inteligência artificial (IA) e o serviços de nuvem.
A região está seguindo a tendência global, com o mercado ganhando maior escala por meio da expansão das operações de grandes empresas. "A América do Sul ainda enfrenta uma lacuna de infraestrutura em comparação com regiões como Estados Unidos, Europa e Ásia. Essa disparidade, combinada com a crescente demanda por serviços em nuvem, cria uma pressão constante para expandir a capacidade instalada do data center", explica Bruno Porto, gerente de Negócios Imobiliários de Industrial, Logística e Data Center da JLL.
São 660 MW em construção na região, que fazem parte de 2.311 MW planejados para integrar o estoque da América do Sul. Nesse cenário, o Brasil concentra 1.659 MW previstos e 186 MW já em andamento. A expectativa é que o país atraia 75% do volume de investimentos no setor. "Isso mostra a força e o protagonismo do Brasil para a região. Campinas, Barueri, Rio de Janeiro, Brasília, Porto Alegre e Fortaleza, são os principais destinos desses aportes", detalha o especialista.
O Chile é o segundo maior mercado, com a área metropolitana de Santiago detendo quase 100% do estoque do país. Embora a Colômbia seja o terceiro maior mercado, as empresas vêm anunciando investimentos significativos para atender à crescente demanda. Atualmente, há 356 MW em fase de planejamento na Colômbia e 258 MW no Chile.
De acordo com o estudo da JLL, em todo mundo, as estimativas da indústria para a demanda atual de data center ligadas à IA variam de 10% a 40% da absorção geral. Com isso, espera-se que o uso desse tipo de tecnologia represente 20% da demanda total global. "Hoje falamos de IA e serviços de nuvem, mas o mercado precisa estar preparado para dar suporte a qualquer novo tipo de tecnologia que surja, por isso, o horizonte é positivo para quem investe nesse mercado na América do Sul", pontua Porto.