De acordo com uma pesquisa realizada pela JLL, os próximos anos serão movimentados para o setor de Data Centers na América Latina, em especial no Brasil, Chile e Colômbia, principais polos da região. O estoque atual dos três países é de 972 MW e deve crescer 67% nos próximos anos impulsionado pelo uso de novas tecnologias, como a inteligência artificial (IA) e o serviços de nuvem.
Em entrevista à TI Inside, Juliano Covas, Sales Manager da Corning, falou sobre como a IA generativa está impulsionando um crescimento acelerado e transformador no mercado de data centers. Segundo ele, embora o crescimento desse setor já fosse evidente devido ao aumento da adoção de tecnologias em nuvem, a IA generativa trouxe uma nova onda de demanda, ofuscando até mesmo o movimento orgânico pré-existente.
De acordo com Covas, a velocidade com que a IA generativa exige infraestrutura está forçando o setor de data centers a acelerar a construção e a expansão de suas capacidades. Essa demanda não é apenas impulsionada por ferramentas como o ChatGPT, mas também por uma ampla gama de soluções concorrentes e novas aplicações. Isso cria uma corrida para desenvolver instalações que atendam rapidamente às necessidades do mercado, em um ambiente altamente competitivo.
A Corning está respondendo a esses desafios com uma abordagem baseada nos "4 S's", sendo dois deles diretamente influenciados pela IA generativa:
- Velocidade (Speed): A rápida evolução da IA generativa exige que data centers sejam construídos em prazos muito curtos. Soluções como as fibras ópticas pré-conecturizadas, desenvolvidas pela Corning, podem acelerar a construção em até quatro vezes, comparadas às tecnologias tradicionais, como fusão manual de fibras. Isso atende à urgência do mercado e permite que os operadores sejam mais ágeis.
- Tamanho (Size): A IA generativa gera grandes volumes de dados e requer operações massivas, aumentando a densidade e a complexidade dos data centers. A Corning desenvolveu fibras ópticas menores, 40% mais compactas, mas com compatibilidade retroativa. Isso permite reduzir o espaço físico necessário, ajudando a otimizar áreas críticas de resfriamento e dissipação de calor, essenciais para operações eficientes e sustentáveis.
Além disso, Juliano mencionou a relevância da simplicidade e da sustentabilidade na integração de novas tecnologias. "A IA generativa pressiona o setor a buscar soluções que reduzam falhas e que, ao mesmo tempo, minimizem o impacto ambiental, como a otimização de cabos e a implementação de tecnologias avançadas de refrigeração, como liquid cooling e immersion cooling.", disse.