Temos visto de perto o impacto positivo que a IA pode ter ao transformar o conhecimento interno das equipes e os dados corporativos em ativos estratégicos. Muitas empresas ainda encontram dificuldades para quantificar o ROI da IA, algo evidenciado pela última pesquisa do Gartner sobre infraestrutura, operações e estratégias que destaca que quase metade dos líderes de TI luta para demonstrar o valor dessa tecnologia. Isso é reflexo de desafios como a falta de confiança na solução, ausência de casos de uso bem definidos e lacunas de talento. Mas o sucesso é possível.
O segredo para capturar esse valor está em um equilíbrio entre inovação e propósito: não se trata apenas de implementar tecnologia, mas de usá-la para resolver problemas reais e promover avanços significativos nos negócios.
Um ponto que não podemos ignorar é a importância crescente do Retrieval Augmented Generation (RAG), que combina modelos de linguagem avançados com dados proprietários para oferecer resultados mais relevantes. Essa é uma abordagem que exige governança sólida e qualidade de dados — e, honestamente, esse é um dos maiores diferenciais entre empresas que lideram o mercado e aquelas que ainda estão tentando acompanhá-lo.
Estamos observando também o avanço de aplicações que vão além da eficiência operacional, incluindo experiências hiperpersonalizadas, gêmeos digitais do cliente e interfaces conversacionais que transformam a maneira como os consumidores interagem com marcas. O uso de IA no setor automotivo para segurança, no financeiro para gestão de riscos ou no varejo para personalização são exemplos de como essas tecnologias já estão moldando a nova era digital.
Um dado interessante da pesquisa conduzida pela Jitterbit com a Censuswide é que 46% dos trabalhadores esperam que a IA generativa ajude a reduzir o tempo gasto na coleta de informações em sistemas. Isso confirma algo que acreditamos fortemente: a IA não é apenas uma ferramenta para otimizar, mas também para liberar as pessoas para fazerem o que realmente importa — pensar, criar, inovar. E, no Brasil, estamos diante de uma grande oportunidade de nos posicionarmos como líderes globais nesse movimento.
Claro que o gerenciamento de custos continua sendo uma preocupação legítima. Investimentos em implementação, consumo energético em data centers e outras barreiras existem, mas provedores de nuvem estão trabalhando em soluções mais acessíveis. É fundamental que isso seja combinado com iniciativas de sustentabilidade, porque inovação responsável é um caminho sem volta.
O ponto central para 2025, em minha opinião, é o seguinte: a IA generativa não é apenas um modismo tecnológico; ela é um catalisador para uma transformação organizacional profunda. Para empresas que querem liderar, o foco deve ser em como alinhar o poder da tecnologia com as habilidades humanas de forma a amplificar produtividade e experiências de cliente.
Como VP LatAm de Vendas & CS afirmo que vamos ver um futuro em que as empresas que lideram o mercado serão aquelas que conseguem inovar e, ao mesmo tempo, desenvolver uma cultura de aprendizado contínuo e avaliação crítica. Afinal, o sucesso da IA não se mede apenas em números, mas também no impacto qualitativo que ela gera para colaboradores, clientes e para o mundo.
Lucas Felisberto, VP LatAm de Vendas & CS da Jitterbit.