A agilidade do crime torna urgente a regulação e a supervisão do nível de segurança dos sistemas de cartões de crédito e débito no país. A conclusão é do estudo "Arranjos de Pagamentos no Brasil: vulnerabilidade de segurança no uso de cartões em terminais POS e a perspectiva regulatória". O texto foi divulgado nesta semana pela Consultoria Legislativa do Senado, segundo informa a Agência Senado.
Segundo o autor do texto, o economista Cesar van der Laan, a fragilidade é maior nos terminais de compras, que exigem apenas a senha numérica de seis dígitos. Nos caixas eletrônicos, a senha de seis dígitos já foi substituída por outros meios mais seguros, que incluem combinação de sílabas, a confirmação de dados pessoais e o sistema biométrico de identificação em alguns terminais.
A fragilidade das máquinas usadas para pagamento em lojas, que reúnem o maior número de transações, contribui significativamente para a insegurança do sistema. Mesmo com a adoção dos chips, que amenizou o problema, o padrão atual ainda permite a prática de fraudes e é incapaz de barrar a agilidade dos fraudadores especializados em estelionato financeiro.
"As regras precisam incentivar a adoção de novas soluções de segurança. A agilidade do crime, em constante transformação e adaptado a brechas de tecnologia do mercado de cartões, supera a capacidade corrente de resposta das instituições envolvidas, cujo desempenho deve ser promovido", diz o estudo, que aponta um amplo espaço para melhorar o sistema, carente de regulamentação.
Para ele, as instituições precisam pensar em soluções e instrumentos redutores dos riscos que acabam comprometendo a adesão da população ao cartão magnético. Com essas medidas, seria possível resgatar a ideia de que de que usar o cartão magnético é menos arriscado do que carregar dinheiro no bolso.