A 22ª edição do Relatório Global de Gestão de Ativos do Boston Consulting Group (BCG) retrata a recuperação do setor, que, em 2023, alcançou cerca de US$ 120 trilhões em ativos totais sob gestão (assets under management, em inglês, ou AuM), um aumento de 12% na comparação com 2022.
A pesquisa, realizada mundialmente e que teve o Brasil entre os respondentes, identificou que a América do Norte foi a região com maior crescimento de AuM (16%). Apesar da Ásia-Pacífico demonstrar o menor progresso, de 5%, Japão e Austrália, analisados isolados de seus continentes, tiveram juntos uma variação positiva de 15% no AuM. Oriente Médio e África cresceram 13%, mesma porcentagem que a América Latina, enquanto a Europa teve 8% de elevação.
No entanto, os gestores de ativos enfrentaram uma série de desafios no ano de 2023. Em termos de receita,?a indústria de gestão de ativos cresceu apenas 0,2%,?enquanto os custos subiram 4,3% no ano, fazendo com que os lucros diminuíssem 8,1%.
"Por muito, a indústria de gestão de ativos pode se dar ao luxo de dar menos atenção a custos, com anos de crescimento de dois dígitos na base de ativos sob gestão. Porém, a expectativa é que os próximos anos sejam mais desafiadores, com apreciação de ativos em?low single digits, enquanto custos continuam crescendo de forma acelerada. Enquanto isso, os esforços para criar produtos diferenciados têm sido, em grande parte, insuficientes, somado ao fato de que os investidores estão preferindo produtos de menor risco. Com isso, os gestores de ativos terão que repensar a forma como operam. O caminho mais viável a seguir é aproveitar as oportunidades?oferecidas pela inteligência artificial (IA) e utilizar uma abordagem que chamamos de três Ps: aumento de produtividade, estratégia de personalização e expansão para mercados privados", afirma Ricardo Tiezzi, diretor executivo e sócio do BCG.
IA como impulsionadora de crescimento
À medida que a IA ganha força, os gestores de ativos têm a oportunidade de investir na tecnologia e integrá-la nas suas operações de forma a melhorar essa estratégia de três Ps. De acordo com 72% de 57 gestores de ativos, que representam mais de US$ 15 trilhões em AuM, a IA generativa (GenAI) terá um impacto significativo ou transformador em sua organização nos próximos três a cinco anos.
Além disso, 66% dos respondentes fizeram da GenAI uma prioridade estratégica para seus negócios, 75% estão dedicando capital e recursos humanos para a implantação da tecnologia a curto prazo e 29% estão comprometendo uma parte significativa de seu orçamento de inovação.
O relatório mostra que a solução contribui com a tomada de decisões, eficiência operacional e pode impulsionar a criação de valor para os negócios.? Porém, apenas 16% dos gestores de ativos definiram uma estratégia completa e estão trabalhando na implementação dela em toda a empresa.
"Esperar já não é mais uma opção quando se trata de investir em IA. A tecnologia está evoluindo rapidamente e os gestores de ativos devem iniciar suas jornadas agora para não correrem o risco de ficar para trás", finaliza o executivo.