Nos últimos anos, o cenário global da cibersegurança tem evoluído em resposta à crescente sofisticação das ameaças e à pressão regulatória. Regulamentações como PCI, NIST, ISO, GDPR e LGPD não são inimigas da inovação em segurança da informação. Pelo contrário, as siglas são aliadas que norteiam as empresas na implementação de melhores práticas. Afinal, é mais fácil obter aprovação de orçamentos de cibersegurança quando há um imperativo regulatório respaldando o investimento, não é mesmo?
As regulamentações servem como base para a gestão de cibersegurança. Sempre falo que a gestão eficiente exige um equilíbrio entre três pilares: pessoas, processos e tecnologias. As regulamentações globais oferecem uma estrutura robusta que ajuda as organizações a integrarem esses elementos. Por exemplo, normas como PCI e NIST têm evoluído para incluir especificações mais detalhadas sobre ferramentas, como testes de intrusão e microsegmentação, reduzindo a subjetividade nas práticas de segurança. Essas diretrizes tornam mais claras as necessidades tecnológicas das empresas, indo além da dependência exclusiva de processos.
É fundamental que a segurança não seja apenas uma questão de conformidade. A implementação de processos baseados em regulamentações facilita a execução de boas práticas e fortalece a cultura de segurança nas organizações. Essa cultura precisa ser assimilada em todos os níveis, do conselho administrativo aos usuários finais, pois mesmo com a infraestrutura segura, uma única falha pode colocar tudo em risco.
O papel do usuário na cibersegurança
Por mais avançadas que sejam as tecnologias, a educação do usuário permanece uma prioridade. Ataques de engenharia social continuam crescendo, e a integração de inteligência artificial (IA) tem tornado esses ataques ainda mais criativos. Já disso isso algumas vezes, não adianta instalar um alarme sofisticado se as pessoas não trancarem as portas e janelas de suas casas. Educar colaboradores sobre as melhores práticas e os perigos de comportamentos negligentes é tão importante quanto investir em ferramentas.
O futuro das regulamentações
As previsões para 2025 indicam avanços ainda mais incisivos nas regulamentações. Tanto PCI quanto NIST devem introduzir novas versões que reforcem a necessidade de integração entre ferramentas tecnológicas e processos. Essa evolução não é apenas uma questão de conformidade, mas uma oportunidade para as empresas alcançarem um nível superior de maturidade em segurança.
Alinhar cibersegurança às regulamentações globais é um desafio, mas é também uma oportunidade para transformar essas diretrizes em ferramentas para proteger o que mais importa: os dados, as pessoas e os resultados do negócio. A evolução constante desse alinhamento fortalecerá não apenas as organizações, mas o ecossistema digital como um todo.
Isabel Silva, Security Business Development Director da Add Value.