O desafio do protagonismo da TI na era da hiperautomação

0

A inteligência artificial (IA) está transformando a forma como empresas e governos operam, com um impacto profundo em todos os aspectos da infraestrutura de TI. O poder transformacional dessa tecnologia é inegável, mas, como em toda revolução tecnológica, desafios significativos estão emergindo. Um dos mais urgentes é o protagonismo que a TI deve assumir para evitar riscos relacionados ao uso desenfreado e descontrolado da IA.

A acessibilidade da IA generativa e outras tecnologias de machine learning estão derrubando barreiras técnicas que antes limitavam seu uso. Hoje, qualquer usuário com acesso a ferramentas populares pode alimentar modelos de IA com dados, muitas vezes sem entender os riscos de segurança e conformidade envolvidos. Lembram do Shadow IT e do BYOD (Bring Your Own Device)? Agora os times de TI terão de lidar com o BYOAI (Bring Your Own AI) que está expondo organizações a vulnerabilidades críticas.  

Imagine, por exemplo, um servidor público utilizando uma ferramenta de IA generativa para redigir petições jurídicas, alimentando o sistema com dados sensíveis. Esses dados podem ser processados em servidores localizados em qualquer lugar do mundo, sob legislações diferentes e fora do controle da organização. Isso não é apenas uma falha de segurança – é uma demonstração clara de como a TI precisa agir de forma propositiva para gerenciar a onda de inovação.

Design de soluções e controle da infraestrutura  

A solução não está em bloquear ou restringir o uso da IA, mas em criar um ambiente controlado e seguro que permita explorar o potencial dessa tecnologia sem comprometer a organização. Isso inclui a adoção de abordagens como o uso de Large Language Models (LLMs) on-premise, que garantem maior controle sobre dados e processos, além de atender a regulamentações locais.

A TI deve desempenhar um papel fundamental no design de soluções que suportem o uso estratégico da IA, automatizem processos, resolvam problemas e proporcionem ganhos de eficiência. Mais do que fornecer infraestrutura, a TI precisa ser um braço ativo para sustentar a inovação, antecipar demandas e propor alternativas antes que os usuários recorram a soluções externas não regulamentadas.

A TI não pode ser reativa. Esperar por demandas é um sinal de que o problema já está acontecendo há muito tempo. Em vez disso, ela precisa entender o negócio, identificar os casos de uso mais relevantes e alinhar-se às necessidades estratégicas da organização. Esse protagonismo não é apenas uma medida de segurança cibernética, mas uma questão de sobrevivência na era digital.

Rafael Oneda, diretor de Tecnologia da Approach.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.