O Banco Nossa Caixa colocou em funcionamento um sistema de prevenção a transações financeiras fraudulentas que integra redes neurais e informações de operações realizadas por meio de cartão de débito e do serviço NetBanking. De acordo com José Waldir Carvalho, gerente do departamento de segurança da informação da Nossa Caixa, o sistema opera como um "cérebro eletrônico" que interage com uma ampla base de informações constituída a partir da correlação de dados provenientes dos canais de atendimento, tipos de transações e locais comumente usados pelos clientes, além do controle realizado pelas redes neurais e implementação de regras de negócios.
O monitoramento ininterrupto desse conjunto de informações age como um filtro ultrassensível, capaz de reconhecer operações com indícios de fraude e evitar sua realização. No mercado bancário, a detecção e prevenção de fraudes são usuais em transações feitas por meio de cartão de crédito.
A solução, segundo Carvalho, beneficiará cerca de 2,5 milhões de clientes que usam frequentemente o cartão de débito e deverá atingir cerca de 500 mil usuários do NetBanking da Nossa Caixa. O banco investiu R$ 20 milhões no projeto, que também inclui softwares, hardwares e serviços.
"O sistema antifraude da Nossa Caixa é inovador porque vai além da adoção isolada de redes neurais. Ele emprega ferramentas usadas para proteger os ativos de tecnologia da informação do próprio banco [hardwares, softwares e conectividade] e integra a rede de agências. ATMs, pontos de operações e serviços, pontos-de-venda que aceitam cartão de débito como meio de pagamento, correspondentes não-bancários, centrais telefônicas e NetBanking", afirma Carvalho.
Ele explica que a "inteligência artificial" constrói o perfil do usuário a partir do reconhecimento das transações mais comuns e dos valores normalmente movimentados por meio de cartão de débito, além de considerar os endereços mais frequentes dos canais mais utilizados, inclusive nas operações feitas pelo NetBanking. O cruzamento de todos esses dados permite ao cérebro eletrônico "estudar" os padrões comportamentais das operações de cada cliente, identificar e brecar, em tempo real, transações suspeitas. Essa operação é feita por meio de cálculos estatísticos que determinam o "score" que deve ser usado para alto, médio e baixo risco das transações realizadas. A cada transação o sistema aprende como é o comportamento do cliente.
Ao detectar uma possível fraude, o sistema pode exigir, por exemplo, dados ao cliente que confirmem ou não a suspeição, solicitando informações pessoais ao cliente. Se os indícios de violação forem procedentes, a transação poderá ser imediatamente bloqueada.
Além de gerenciar riscos, o sistema contribuirá para que o banco personalize gradativamente ainda mais o atendimento aos correntistas, pois o refinamento das informações cruzadas e armazenadas permitirá ao programa avaliar, por exemplo, a necessidade de solicitar ou não ao cliente informações em algumas operações pontuais feitas por meio de cartão de débito ou NetBanking.
Desenvolvida com tecnologia de ponta pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), o modelo de redes neurais usado pela Nossa Caixa faz parte de uma solução antifraude que vem sendo paulatinamente implantada pelo banco desde abril de 2008 e que incluiu revisão de estratégias de segurança, criação de novas áreas técnicas, instalação de hardwares e softwares mais modernos, reorganização de processos, treinamento de pessoal e a implantação de um mecanismo para correlação de eventos de segurança, que agiliza a proteção à rede interna do banco contra ataques de invasores (hackers). "Utilizamos a tecnologia e a segurança para agregar valor aos negócios e beneficiar nossos clientes", finalizou Carvalho.
- Cérebro eletrônico