Durante o Mobile World Congress (MWC2017), que acontece esta semana em Barcelona, John Stankey, CEO da AT&T Entertainment, afirmou que as operadoras precisam começar a pensar em modelos de negócio que incluam não apenas a conectividade, mas também a possibilidade de venda de conteúdos e a publicidade. "As operadoras que mantiverem o foco apenas na venda de conectividade estão fadadas a morrer com a competição". Para a AT&T, o que as pessoas querem são os conteúdos, e é isso que as operadoras precisam oferecer, do contrário os clientes buscarão esse conteúdo em outros lugares, como nos serviços de Internet. "Conteúdo é o que impulsiona o uso da rede. O que move as pessoas não é a quantidade de Gs da rede (referência às tecnologias 3G, 4G, 5G…) ou Gbps, ou a tecnologia que utilizamos, mas sim a conexão emocional que elas estabelecem com os conteúdos. "Por muitos anos medimos a qualidade dos nossos serviços pela velocidade de instalação, número de chamadas interrompidas, mas esses indicadores não dizem nada. O que importa é a relevância que elas dão aos nossos produtos, e hoje somos cada vez menos relevantes".
Ele chamou a atenção para a forma com que o produto é apresentado, o que ele chamou se "software", ou seja, a forma como o consumidor navega, descobre, interage e consome os conteúdos oferecidos. "É preciso ter o controle completo de como isso é feito pois é aí que estabelecemos a nossa relação com o cliente, além do conteúdo de qualidade, obviamente". Mas, para Stankey, "o produto é o software", que empacota tudo.
A estratégia da AT&T para ter o conteúdo, obviamente, foi adquirindo empresas. Primeiro a DirecTV, depois a Time Warner. "Criação e desenvolvimento de conteúdo é importante, e preferimos participar do desenvolvimento de novos e inovadores modelos de negócio a partir de uma posição de relevância e escala do que começar do zero", disse.