No mundo empresarial, a luta entre startups disruptivas e cheias de inovações e empresas consolidadas é tão emocionante quanto um combate de boxe. De um lado, temos os novatos cheios de energia e promessas revolucionárias. Do outro, as veteranas que resistiram ao teste do tempo e têm um histórico comprovado. Para aprofundar essa análise e comparação, podemos usar como referência a luta que tomou todos os espaços nas redes sociais nos últimos dias entre o Kleber Bambam, um atleta de fisiculturismo com um corpo, no auge dos seus 46 anos, de deixar com inveja qualquer jovem aspirante ao esporte e Acelino Popó Freitas, um veterano campeão mundial que criou e sustentou um legado vitorioso no esporte por mais de três décadas.
O primeiro, com seus músculos imponentes e autoconfiança, pôde ser comparado a uma dessas empresas emergentes cheia de energia, confiança, porém sem nenhuma experiência naquele determinado esporte. Ao mesmo tempo, sua falta de técnica e estratégia o coloca em uma desvantagem explícita. Avisos e conselhos de pessoas do seu meio não faltaram, pedindo em tom de piedade para ele "descer" daquele universo paralelo e buscar a realidade, onde assim ele poderia aprender a equilibrar a força com a inteligência, além de aumentar, vertiginosamente suas doses de humildade.
Muitas dessas empresas que vemos nascer e morrer na mesma velocidade são como esses lutadores novatos que entram no ringue com altas doses de confiança e, um simples golpe as surpreende. Elas trazem novas ideias, modelos de negócios e tecnologias inovadoras que abalam as estruturas do mercado. No entanto, assim como vimos nesse final de semana, nem todas conseguem se manter de pé. Muitas chegam com arrogância, prometendo revolucionar setores inteiros, mas acabam nocauteadas pela falta de sustentabilidade financeira ou pela resistência do mercado ou ainda por não apresentarem experiência e o mínimo de humildade em sua oferta de valor.
Empresas consolidadas, por outro lado, são como os Atletas experientes que já enfrentaram muitas batalhas, ora com vitória, ora amargando derrotas. Elas não necessariamente trazem inovações radicais, mas têm uma base sólida e constante. Na maioria das vezes apresentam características de persistência, enfrentam de forma direta desafios e mudanças no mercado com resiliência e apresentam um histórico de sucesso e confiança estabelecida com clientes e investidores quase de forma constante. Preferem buscar alternativas junto aos seus consumidores ao invés de prometer soluções mágicas e inalcançáveis, e são totalmente adaptáveis às intempéries e constantes mudanças de mercado. Sabem o momento de acelerar e também de recuar, e buscam entregar resultados consistentes.
Sendo assim, quem permanece no ringue?
No mundo empresarial, não é apenas sobre quem chega primeiro, mas sobre quem permanece e prospera. A batalha entre startups disruptivas e cheias de inovações superficiais e empresas sólidas é uma dança complexa de persistência, experiência e sustentabilidade. Ambas têm seu lugar no mercado, e a chave está em encontrar o equilíbrio. Afinal, no ringue deste disputado mercado, todos querem buscar seu lugar no pódio.
André Pimentel, Sócio Diretor da Easy Pricing e apresentador do Podcast PodFaturar.