Entre os vários desafios que as empresas de TI precisam vencer para marcar presença no mercado global de offshore está o custo da mão-de-obra brasileira. Segundo as empresas que desfilam neste segmento, a carga pesada de impostos faz com que os profissionais do Brasil sejam mais caros do que os de outros países emergentes.
Esse fator faz com que os concorrentes apresentem ofertas de serviços a preços mais competitivos, alegam os empresários. Eles querem que o governo, ao pensar em uma política de incentivo às exportações de TI, busque também uma solução para este problema.
A sugestão é que o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luís Furlan, que está envolvido com a criação de um plano de ação para estimular o offshore brasileiro, envolva o ministro do Trabalho e Emprego nas discussões.
Renata Sanches, gestora de projetos da Apex-Brasil (Agência de Promoção de Exportações e Investimentos), reconhece que o custo da mão-de-obra do Brasil é uma barreira à alavancagem dos negócios de TI no mercado internacional.
?Mas não temos planos de copiar modelos de trabalho como o da Índia e China, que consideramos prejudiciais aos profissionais. Não podemos dar dinamismo à indústria prejudicando a área de recursos humanos?, diz ela.
Na opinião de Hiracles Nicolaidis Júnior, diretor de tecnologia da Politec, os altos custos com recursos humanos prejudicam as negociações, mas as operações não podem ser colocadas em riscos. Na Politec, por exemplo, 85% dos mais de cinco mil empregados da companhia são contratados pelo regime CLT.