A Globalfoundries, joint venture entre a americana AMD e dois grupos de investidores de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, para a fabricação de chips, anunciou nesta sexta-feira, 27, que vai investir para conquistar alguns clientes potenciais, e não tentar competir com os concorrentes taiwaneses. A vantagem da Globalfoundries é que ela poderá concentrar o foco a fabricação apenas de chips de alta tecnologia.
Em entrevista ao jornal Financial Times, Doug Grose, CEO da Globalfoundries, declarou que considera que nem todos querem 45 chips nanométricos, e por isso há apenas algumas empresas com as quais a fabricante vai se associar. "Não queremos ter centenas de clientes", afirmou.
Atualmente, a AMD é a única cliente da Globalfoundries, já que ela é resultado da separação (spin-off) de suas operações de fabricação de chips das operações de desenvolvimento e venda de processadores, mas a empresa pretende se focar em vendas e tem feito esforços para aumentar suas receitas.
Analistas ouvidos pelo jornal britânico consideram que o spin-off ocorreu num período ruim para uma empresa se estabelecer no mercado, pois todas os demais fabricantes de chips estão se retraindo em decorrência da crise.
Grose rebate essa análise afirmando que a empresa não pretende atingir uma base grande de clientes, e que por isso essa é uma ótima fase para novos investimentos. O executivo crê que as chances da empresa nesse momento são muito boas e que a China, sem dúvida, vai ser um grande mercado. O CEO disse a Globalfoundries está pesquisando a venda de chips de baixo consumo de energia para celulares como uma das principais oportunidades para o mercado chinês.
Mesmo que Grose esteja certo, a empresa terá outro desafio pela frente: a acusação da Intel de quebra de acordo de patente assinado entre elas em 2001. A gigante do chip acusa a AMD de ter cedido os direitos de fabricação do processador x86, projeto conjunto das duas, à Globalfoundries, sem poder, já que a AMD não é mais a subsidiária.
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