A estratégia do grupo Globo para novas mídias deve começar a dar resultados a partir deste ano. Desde janeiro deste ano as diferentes unidades de negócio do grupo (TV Globo, Globosat, Editora Globo, Globo.com, Som Livre etc) atuam de maneira independente no investimento e desenvolvimento de produtos para plataformas como Internet e celular. Antes disso, o modelo era centralizado no portal Globo.com, que hoje atua como um guarda-chuva dos diferentes sites e provê a tecnologia necessária. A Globosat, por exemplo, está hoje trabalhando para definir um modelo adequado de exploração de seus conteúdos na Internet e em plataformas móveis. A idéia é evitar, por exemplo, o conflito que outros programadores estão tendo. Alguns canais optaram por tornar seus conteúdos de TV paga disponíveis gratuitamente para portais em uma janela imediatamente posterior à da TV por assinatura. Net Serviços e Sky já reclamaram abertamente desse modelo. Alguns conteúdos esportivos e de notícias que estão nos canais PFC, SporTV e GloboNews, por exemplo, estão disponíveis na Internet, mas apenas para assinantes do portal Globo.com. Jorge Nóbrega, diretor de gestão corporativa e de mídias segmentadas do grupo, diz que o grupo Globo acredita que a rentabilização de todos estes conteúdos na Internet e em outras plataformas virá principalmente na forma de audiência e publicidade, mas é um processo lento e que requer ajustes graduais a partir do modelo de conteúdos pagos e em outras mídias. "Um bom exemplo são os conteúdos esportivos, cujos preços dos direitos inviabilizam o retorno do investimento apenas com a publicidade de Internet". Os resultados dessa estratégia da Globo para novas mídias devem aparecer em 2009, espera o executivo. "Aos poucos, algumas coisas vão aparecendo. Hoje, temos na Internet a liderança de audiência em termos de conteúdos esportivos, entretenimento e estamos disputando a liderança em notícias", diz Nóbrega.
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