Os bancos gastaram R$ 19,4 bilhões com TI no Brasil no ano passado, o que representa um aumento de 6% na comparação com 2008, quando os investimentos totalizaram R$ 18,35 bilhões, de acordo com dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Do total, 25%, ou R$ 4,85 bilhões, foram desembolsados para a compra de tecnologia, enquanto que os 75% restantes, ou R$ 14,55 bilhões, foram com manutenção das infraestruturas de TI.
Segundo o diretor de tecnologia da Febraban, Gustavo Roxo, como 2009 foi um ano de crise, o aumento de 6% foi bastante satisfatório para o setor. "Foi até surpreendente levando em consideração o cenário econômico", disse.
O executivo ressalta que a desaceleração econômica fez com que os bancos reduzissem os investimentos na compra de tecnologia e se preocupassem mais com a manutenção dos sistemas. Para este ano, ele acredita em novo aumento dos gastos, com a divisão da aplicação dos recursos voltando aos patamares do período de 2008. "Com a recuperação econômica, a tendência é que o aumento nos gastos com TI dos bancos seja superior ao registrado em 2009", comentou Roxo.
O estudo da Febraban aponta que a expansão dos gastos dos bancos com tecnologia foi impulsionada pelo crescimento de 45,1% dos aportes em infraestrutura e de 32,6% em telecomunicações, que totalizaram R$ 2,66 bilhões e R$ 4,13 bilhões, respectivamente. Os gastos com telecomunicações foram puxados principalmente pelos investimentos em internet em banda larga.
O levantamento mostra, porém, que houve uma queda de 18,4% nos gastos com software in house, desenvolvidos internamente, que totalizaram R$ 1,77 bilhão, e de 30,3% na compra de software de mercado, que atingiu R$ 3,56 bilhões. Apesar disso, as despesas com hardware se mantiveram praticamente no mesmo patamar de 2008, fechando em R$ 5,18 bilhões.
A Febraban constatou uma expressiva elevação no número de transações e de contas de internet banking. O número de transações via internet banking atingiu 9,3 bilhões, alta de 17,7%, representando 20% do total realizado pelos bancos em 2009. Já o número de contas de internet banking chegou a 35 milhões no ano passado, crescimento de 18% ante 2008.
Na opinião de Roxo, o resultado significa que os bancos já estão começando a lidar com um cliente com perfil da geração Y. O executivo analisa que praticamente todo novo cliente conquistado automaticamente já cria uma conta de internet banking. "A internet deve se consolidar como o grande canal de realização de transações do banco com o seu cliente. O futuro dos bancos está cada vez mais em transações virtuais, com as agências assumindo mais o papel de ser o canal de relacionamento", finalizou.
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