Cadeia de suprimentos é o conjunto de operações que compreende todo o processo mercantil, desde a obtenção da matéria prima até o momento da compra do produto final pelo consumidor.
A partir da revolução industrial a cadeia de suprimentos passou a ter quatro grupos principais: o fornecedor da matéria prima (produtor), o beneficiador da matéria prima (indústria), o distribuidor do produto final (varejo) e o consumidor final.
Ao longo dos últimos 250 anos a relação entre estes quatro elos da cadeia tem sido a venda. O produtor vende para a indústria que por sua vez, investe no beneficiamento da matéria prima, adiciona a margem de lucro para remunerar seu trabalho e vende para o distribuidor, que por sua vez, investe no armazenamento destes produtos, adiciona a margem de lucro para remunerar seu trabalho logístico e vende para o consumidor final.
Após a negociação de preços, que atualmente é um relacionamento baseado no ótimo local, ou seja, para que um ganhe o outro tem que perder, o fornecedor preocupa-se apenas com o próximo elo da cadeia, ou seja, entregar os produtos negociados nos preços e quantidades acertadas. No entanto, enquanto o consumidor final não comprar, ninguém ganhou. Foi ilusório achar que alguém ganhou na negociação de preços. Se um produto, embora comprado com um bom desconto, não tiver o giro adequado, o varejo perdeu e o fornecedor também, porque não irá repor este produto. Por outro lado, se o produto for de alto giro, irão faltar mercadorias nas prateleiras e o varejo perderá as vendas, da mesma forma que perde a indústria, comprometendo a fidelização à sua marca. Em ambos os casos, vimos uma relação perde-perde, ou seja, em desarmonia com o princípio do ótimo global, onde todos ganham.
E como fazer para aumentar a produtividade e o ganho de todos os elos da cadeia?
Ao longo dos últimos 10 anos a NeoGrid vem investindo para encurtar as distâncias entre a produção e a compra do produto final pelo consumidor, propondo uma mudança revolucionária entre os elos da cadeia de suprimentos. Assim, esse elo passa a ser de colaboração, baseado em informações precisas e diárias sobre o consumo e a reposição de estoques.
Agora, o ponto de partida é o próprio consumidor, que investe na compra do produto final acrescido das margens de lucro de todos os elos da cadeia. Quando o produto passa pelo caixa de varejo, as informações de quantidade de vendas e itens de estoque são enviadas automaticamente para a indústria, através da nossa tecnologia. A indústria recebe as informações do varejo e orienta sua produção com base no que foi imediatamente vendido. Sabendo quanto vai produzir, passa as informações ao produtor para dimensionar a compra da matéria prima.
Ao instituir a colaboração entre os elos da cadeia de suprimentos, em detrimento da venda entre os elos, nasce um ambiente favorável para a relação ganha-ganha.
A relação ganha-ganha se dá quando a indústria passa a gerir o seu espaço de prateleira dentro do varejo, fazendo reposições freqüentes e automáticas e administrando o seu mix de produtos, proporcionando ao varejista a máxima rentabilidade por espaço na prateleira. Certamente, a medida que o varejo passa a ganhar mais espaço de prateleira, passa também a aumentar espontaneamente o espaço daquele fornecedor.
Neste contexto, todos ganham: o varejo diminui os estoques – sem deixar que faltem produtos nas prateleiras –, o consumidor é atendido e a indústria aumenta sua oferta, melhorando seu mix de produtos, aumentando as vendas e, principalmente o retorno sobre investimentos.
Eduardo Bomfim é diretor de novos negócios da MAP