Fórum debate os desafios da adoção de blockchain

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Teve início nesta quarta-feira, 26, a 4a. edição do Fórum Blockchain, que tem por objetivo discutir modelos de exemplos de projetos de blockchain, demonstrando o progresso tangível em diferentes setores do mercado e futuro da tecnologia. O primeiro painel reuniu especialistas que buscaram identificar e desmistificar a implementação de blockchain.

Para Tatiana Revoredo, CSO da The Global Strategy, a tecnologia de Blockchain parece complicada, e definitivamente pode ser, mas seu conceito central é realmente muito simples. Por isso, é preciso olhar para o panorama da tecnologia hoje, como comentou a executiva.

"É preciso ver a tecnologia aplicada em usos reais e entender que apesar de haver uma mudança de "roupa", uma evolução, na essência ela permanece a mesma, já que nenhuma tecnologia é estática e terá sempre o alcance necessário", disse.

Tatiana também ressaltou que as tecnologias disruptivas como o blockchain têm a função de manter os modelos de negócios especialmente nestes tempos de excepcionalidade com este que passamos com a pandemia e a crescente digitalização.

"Hoje é mais comum encontrarmos consórcios de Blockchain em várias plataformas, principalmente aquelas que precisam de um impulso tecnológico para ganhar mercado.   Soluções combinadas e desenvolvidas com base nos princípios do Blockchain estarão em poucos anos transformando não só os atuais modelos de negócios, mas a economia como um todo", reiterou.

Segundo Tatiana, o uso da tecnologia está transformando a economia global e mesmo após mais de 30 anos de sua descoberta, novos usos surgem a todo momento, inclusive, usos para aquilo que ainda não foi descoberto ainda.

"Hoje é comum nos atuais modelos de negócio o corte de custos e a busca por novas receitas, nos modelos baseados em Blockchain muitas aplicações para aquilo que ainda não existe dão o parâmetro que a tecnologia não é custo e sim investimento para o futuro.  Hoje o maior limitador para seu uso é cultural e perceber as oportunidades e viabilizá-las por meio da tecnologia deveria estar no horizonte das companhias", disse a executiva.

Para ela, refletir sobre os diferentes usos que o blockchain pode viabilizar frentes inovadoras dentro das empresas e incorporar ao modelo já existente pode ser um dos maiores benefícios  que traz, e isso vai muito além dos ativos digitais mais conhecidos.

Courtnay Guimarães, cientista chefe de Blockchains e Senior Architect da Avanade, adianta que a humanidade já vive a Era 6.0, a era pós digital muito impulsionada pelo ritmo que vivemos em tecnologia e acelerado pela Pandemia do Covid.

"Tudo teve que mudar drasticamente e em escala global, e as filosofias do Blockchain, na época do seu surgimento ainda na década de 70, focam ainda hoje nos moldes de distribuição perfeita e em novos modelos de governança", assegurou o especialista.

Como reiterou o executivo da Avanade, como uma tecnologia de núcleo, o blockchain se encaixa no dia a dia, mesmo que seja para aqueles problemas ainda não identificados.  Mas é uma tecnologia democrática, embora tenha se adaptado melhor ao setor financeiro.

Neste contexto Courtnay explica que o mercado corporativo que objetiva os custos percebe que as grandes operações precisam extrair valor mesmo de pequenas iniciativas, percebe que as tecnologias de propósito genérico já não fazem mais sentido, percebem que as oportunidades desde as mais simples até as mais sofisticadas podem se utilizar de conceitos tecnológicos que dispõe de escalabilidade, interoperabilidade, padronização, governança e sustentabilidade.

"Acredito que o Blockchain já alcançou um nível de maturidade que permite seu amplo uso. A tecnologia não é um hype e não entende que haja problemas de várias outras tecnologias caminharem juntas. Estamos vendo países como a China desenvolvendo modelos de pagamento e estratégias globais de cidadania digital, totalmente baseada em blockchain, tokenizada e com um propósito amplo para o futuro", sentenciou.

Luiz Jeronymo, Diretor de Arquitetura para América Latina da R3 conta que a empresa nasceu como um Consórcio de Bancos e posteriormente se firmou como fornecedora de soluções. Segundo ele, uma discussão que vem ocorrendo no mercado diz respeito ao Blockchain corporativo. Tecnicamente é uma solução para esses processos de negócio ou redes de negócios que podem tirar proveito de sua expertise mesmo sendo concorrentes entre si", alertou.

Conforme explicou, a R3, aprendeu com a experiência de seus clientes que tirar proveito do ecossistema onde está inserida a empresa, permite dar acesso para que as outras empresas possam trabalhar em conjunto, colaborativamente de forma a atingir seus objetivos e mais do que isso, os objetivos de seus clientes", esclareceu. "Do meu ponto de vista também é necessária uma cooperação a nível de mercado tal como aconteceu o consórcio R3, que surgiu dessa alteração são entre os consorciados para levar essa cooperação ao mercado", reiterou Jerônimo.

Como disse o executivo, uma lição aprendida durante a trajetória da R3 é levar inovação aos projetos é uma função das empresas. No futuro qualquer classe de problema que se precise resolver, o mercado poderá com sua tecnologia e por meio da experiência dos consórcios levar a expertise do ecossistema às empresas", reiterou.

"Ao tirar inteligência de dados que são fornecidos por diferentes participantes de um ecossistema, haverá a formação de uma inteligência coletiva muito mais consistente e cujos fornecedores desses dados permanecem em privacidade. Então hoje já se trabalha em soluções de computação confidencial, exatamente para resolver uma classe de problemas tornou-se numa empresa fornecedora de software", explica.

George Marcel Smetana, especialista de Pesquisa e Inovação do Bradesco elencou como uma instituição financeira tradicional pode e usa a tecnologia no dia a dia de trabalho.  Ele destaca que a tecnologia deve ser usada onde faz realmente sentido, onde haja necessidade de uma Trusted Partner onde os requisitos funcionais e não funcionais possam ser abarcados, já que para o cliente no final não importa a tecnologia desde que o resultado seja aquele esperado.

"Os desafios são muitos dentro de uma instituição financeira de mercado, regulamentada.  Mas é importante salientar que o blockchain não é a solução para todos os problemas da humanidade. Nós não temos a ilusão de que vai resolver todo e qualquer problema. Somente em alguns casos, em outros não faz o menor sentido. A tecnologia blockchain é uma das opções de solução e o que nos interessa é saber em quais casos será bem aplicado", concluiu.

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