Se for mantida a atual condição de paridade da nossa moeda em relação ao dólar, o Brasil deve investir cerca de US$ 16, 2 bilhões em produtos e serviços de tecnologia da informação no ano de 2006.
Para 2007, a previsão de crescimento é de 15% em relação a este ano, o que sinaliza investimentos da ordem de US$ 18,6 bilhões.
As previsões são de Mauro Peres, diretor de Consultoria da IDC do Brasil, acrescentando que nem o cenário de um ano eleitoral está influindo no arrefecimento dos investimentos em TI. ?Em 2005 o segmento de PCs atingiu a casa de 5,5 milhões de máquinas vendidas, como resultado da MP do Bem. Para este ano estimamos um crescimento acima de 30%?, acrescentou.
Nessa composição de investimentos, o setor de hardware conta com uma fatia de 44%, a de serviços 40% e de software 16%. Nos Estados Unidos o segmento de serviços ultrapassou o de hardware, mas no Brasil isso ainda não aconteceu.
Apesar das crises constantes, a América Latina (12,4%), junto com o Leste Europeu (14,6%) e a região do Oriente e África juntas (13,9%) são as que percentualmente mais cresceram. na pesquisa da IDC no primeiro trimestre de 2006. O mercado de TI nos EUA teve crescimento de 5,4% e a região da Ásia-Pacífico 5,2%, ambas abaixo da média mundial registrada, que foi de 6,5%.
Bancos lideram os investimentos
Dos investimentos de TI em 2005, 21% foi feito pela área de finanças, chegando-se ao volume de US$ 3,1 bilhões. A pesquisa encerrada em março desse ano com 35 instituições bancárias de grande e médio portes, revelou ainda que os bancos estão otimistas. Já realizaram 45% do orçamento no primeiro semestre e pretendem investir os 55% restantes no segundo semestre, sem qualquer previsão de cortes.
Por linha de equipamentos, os bancos pretendem investir cerca de 3% do orçamento de compra de PCs; 5% em periféricos (fora automação bancária); 20 em networking; 25% em storage e 40% em servidores/mainframes.
Os bancos também mostraram uma diferença em relação ao tipo de investimento da média do mercado. Enquanto o mercado irá investir 33% do orçamento de aquisição de aplicativos, os bancos só vão gastar 15%; no desenvolvimento a média é 25%, enquanto para os bancos é 31%; em infra-estrutura a média atingirá 42% e a dos bancos 56%.
Quando se fala em serviços, Mauro Perez disse que apenas 30% dos CIOs estão subordinados diretamente à presidência, mostrando pouco poder de decisão da área de TI dentro das instituições.
A pesquisa revelou ainda que os bancos têm séria restrição na terceirização de data centers; e que BPO- Business Processing Outsoucing – ainda está longe da agenda dos CIOs financeiros, ?mas que será a próxima onda de serviços no setor?.