A Comissão Européia acusou a Intel de abusar de sua posição dominante no mercado e de usar sua enorme participação na indústria de semicondutores para tentar tirar a AMD do mercado de chips. O órgão regulador enviou à Intel documento com objeções às práticas comerciais, alegando que o relatório é resultado de uma investigação de sete anos, segundo notícia publicada nesta sexta-feira (27/7) pelo jornal britânico de economia Financial Times.
A Intel tem até 8 de outubro para responder formalmente. Se não conseguir convencer a comissão que suas práticas de negócio são legais, poderá enfrentar uma multa de até 10% de suas receitas, com base nas vendas de 2006 de US$ 35,4 bilhões, o que pode totalizar mais de US$ 3,5 bilhões.
A Intel, por seu lado, diz que o órgão regulador da União Européia cometeu erros sobre o fato alegado. "Eu posso dizer que tendo lido os documentos há fatos que nós achamos que a comissão simplesmente entendeu errado, não intencionalmente", disse o advogado Bruce Sewell, à agência de notícias Reuters.
O advogado disse que há suposições sobre preços e custos de produção "que a comissão simplesmente entendeu errado". Segundo ele, a comissão em alguns assuntos indicou que faltava registro adequado de informações e que por isso teve de fazer presunções. Sewell disse que a Intel espera trabalhar com a Comissão Européia para ajudar o órgão a entender o posicionamento da empresa.
As acusações contra a Intel surgiram menos de dois meses antes de um tribunal da UE tomar uma decisão em 17 de setembro sobre uma apelação da Microsoft em um caso em que foi considerada culpada de violar leis de defesa da concorrência do bloco de países.