Vendas mundiais de celulares crescem 17%, mas recuam 24% no Brasil

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As vendas mundiais de telefones celulares para usuários finais no segundo trimestre atingiram 270,9 milhões de unidades, número 17,4% maior na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com estudo do Gartner. Apesar de enfrentar problemas relacionados ao seu portfólio de produtos, a Motorola manteve a segunda posição no mercado mundial devido à estratégia de preços agressivos que resultou em melhores resultados de vendas para usuários finais do que para o canal. O Gartner prevê que as vendas de celulares alcançarão 1,13 bilhões de unidades neste ano.

A Nokia manteve a primeira posição no mercado mundial. As vendas da fabricante finlandesa para o canal de distribuição excederam a marca de 100 milhões de aparelhos, embora as vendas para os usuários finais tenham sido ligeiramente menor do que o verificado no mesmo trimestre do ano passado. A empresa atribui esse recuo ao pouco estoque acumulado na Europa e na Ásia/Pacífico. A Nokia aumentou sua participação de mercado tanto no trimestre quanto no ano, sendo que no trimestre contabilizou um aumento das vendas de 36,9%.

Motorola registrou uma fraca demanda de seu portfólio devido a tentativa de reduzir os estoques de seus aparelhos mais antigos com a venda para os canais de distribuição. Entretanto, a estratégia de preços agressivos permitiu que reduzisse o estoque em regiões-chave, tais como na Europa, onde vendeu quase 39,5 milhões de unidades no segundo trimestre. A participação de mercado da Motorola, porém, caiu 7,3 pontos percentuais. O Gartner avalia que a participação de mercado da companhia ficará próxima de 20% até que mudanças substanciais no portfólio de produtos sejam feitas.

A Samsung, ao contrário da Motorola, registrou uma forte demanda nos canais de distribuição no segundo trimestre. Entretanto, com a manutenção do mesmo estoque do primeiro trimestre, a fabricante coreana pôde vender somente 36,2 milhões unidades, o que não foi o bastante para que conseguisse ascender ao segundo lugar.

O sucesso de vendas da Sony Ericsson no segundo trimestre permitiu que se consolidasse no quarto lugar, com vendas de 24,3 milhões de unidades. Em seguida, com 18,4 milhões de unidades, vem a LG, que alcançou uma participação de mercado de 6,8%. As novas versões de seu aparelho Chocolate, agora com preço bastante competitivo, bem como a popularidade do modelo Shine na Europa e na Ásia/Pacífico, foram decisivos para o desempenho da companhia.

Em contraste com o cenário mundial, as vendas de celulares no mercado brasileiro tiveram queda. Levantamento da IT Data constatou que, no primeiro semestre, as recuaram 24% em relação ao mesmo período do ano passado. Foram vendidos 17,7 milhões de unidades no período.

Na análise do diretor de pesquisa da empresa, Ivair Rodrigues, a marca de 106 milhões de aparelhos em uso no Brasil indica que chegamos a um nível de maturação do mercado. O número de vendas de aparelhos com o objetivo de substituir um celular antigo já é superior ao das vendas do primeiro celular desde 2006. ?Apesar de 75% dos celulares vendidos no semestre terem sido com preço abaixo de R$ 400, está começando a haver um aumento dos equipamentos mais sofisticados com boas perspectivas para os chamados smartphones.?

Por outro lado, segundo ele, os consumidores estão transferindo a compra para outros produtos, tais como notebooks. A IT Data estima um crescimento acima de 200% neste ano para esses e outros produtos, como TVs de LCD, cujas vendas cresceram 271% no primeiro semestre. Rodrigues observa que as exportações de celulares também continuaram em queda, contabilizando no período um recuo de 23%. Ele observa que o mesmo ocorreu com as importações que, mesmo com a queda do dólar, registrou um volume bem menor que no mesmo período de 2006 (queda de 35%). Segundo a IT Data, 72% das importações de celulares são provenientes da China e da Coréia do Sul.

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