Sempre foi senso comum no mercado de TI que os gestores das grandes empresas apresentam características conservadoras, e não é para menos, afinal para boa parte das companhias a área de tecnologia impacta diretamente em seu faturamento.
Apesar de não saber quantificar tenho observado nos últimos anos que um dos maiores receios dos CIOs atuais é estar à frente de uma movimentação física de Data Center. Acredito que muitos dormem rezando para que esse dia não chegue. E eles têm razão. Existe algo mais arriscado para o gestor de TI do que ter de colocar em prática um projeto dessa responsabilidade? O core business da empresa inteira está presente naquele Data Center. Qualquer erro não previsto, além de significar a perda de faturamento também pode comprometer a carreira do CIO.
Mesmo assim investimentos se fazem necessários com o crescente número de consumidores adeptos ao mundo digital. As empresas têm criado canais de relacionamento com eles, investido no armazenamento de dados do seu público-alvo e em informações essenciais para o desenvolvimento do negócio. A computação em nuvem, tema do momento no segmento de tecnologia, representa uma parcela grande da necessidade de investimentos em Data Center.
Para se ter uma ideia o Brasil liderou o mercado latino-americano de serviços em Data Center no ano de 2012, segundo pesquisa da Frost & Sullivan. De acordo com o levantamento, o país deve abocanhar quase 60% do market share da América Latina até 2017. E esses altos investimentos estão levando muitas empresas a terceirizar o seu Data Center. Outras, por sua vez, realizam uma movimentação para um espaço que comporte a nova infraestrutura.
O importante é lembrar que o serviço de move depende exclusivamente de planejamento e análise de riscos. Os prazos variam de acordo com a situação atual da empresa, entretanto para realizar uma movimentação de sucesso em 48h para uma companhia de grande porte é necessário aproximadamente dois meses de planejamento.
O processo de planejamento envolve realizar um levantamento de todos os requisitos de tecnologia e infraestrutura na base do cliente, elaborando um inventário e análise das caracteristicas do ambiente. Com essa documentação em mãos a equipe consegue analisar todos os riscos do processo e estabelecer qual será a abordagem necessária. Essa é a parte mais complexa, pois é a partir do longo período de dois meses que, se algo for planejado errado, a ação pode ser comprometida e ocasionar um longo tempo de indisponibilidade na empresa.
O projeto de move de Data Center é um dos mais arriscados no segmento de TI e duas dicas importantes para o CIO vencer o medo são: 1) Conversar com quem já realizou moves para saber qual caminho trilhar; 2) Certificar-se de que o fornecedor é idôneo e tem a devida experiência e responsabilidade para desempenhar essa ação. Feito isso, costumo dizer que quando o planejamento e a análise dos riscos são bem realizados, no dia da movimentação até uma criança consegue executar a ação com sucesso.
Luiz Alcoba, diretor executivo da A2F