O conceito de "adotar e não apenas comprar" é primordial para a eficiência da cibersegurança

0

Você já parou para analisar quantas soluções de segurança sua empresa possui e quantas adquiriu ao longo dos últimos anos? Com o aumento constante das ameaças digitais, as organizações acabam recorrendo à compra de múltiplas ferramentas de cybersecurity na corrida frenética por acompanhar o ritmo das mudanças desse mercado. Mas será que sua empresa está extraindo todo potencial das soluções e ferramentas que já tem à disposição? 

Existem milhares de soluções de segurança cibernética no mercado e as grandes corporações podem utilizá-las de acordo com a necessidade do seu negócio. O grande desafio surge quando times reduzidos são responsáveis por gerenciar essa infinidade de ferramentas. Como uma equipe pequena consegue ser eficiente ao lidar com tantas tecnologias complexas ao mesmo tempo? 

A resposta pode estar em simplificar, adotar plenamente as ferramentas já contratadas e evitar a tentação de sempre buscar novas soluções sem uma análise minuciosa do cenário. Algumas vezes, o que já se tem pode ser o suficiente, se utilizado de forma adequada. Por exemplo, ferramentas de colaboração podem possuir, de forma nativa, funcionalidades de prevenção contra perda de dados (DLP-Data Loss Prevention) e, algumas vezes, são capazes de atender as necessidades de empresas de determinado porte e perfil. 

O conceito de "adotar e não apenas comprar" é primordial para a eficiência da cibersegurança. Antes de adquirir mais soluções, é preciso avaliar a demanda específica e maximizar a utilização das funcionalidades daquilo que já está instalado. Isso não só ajuda a reduzir custos, mas também diminui a sobrecarga da equipe de TI, que não vai precisar gerenciar várias ferramentas diferentes e pode focar em dominar as soluções existentes, permitindo uma gestão mais eficiente, com menos pontos de falha e maior eficácia na detecção e mitigação de ameaças.

A aquisição de novas ferramentas implica, além do custo direto, em despesas indiretas decorrentes da necessidade de lidar com diferentes fornecedores, contratos e, muitas vezes, contratar especialistas dedicados a essas novas soluções. Dessa forma, além da equipe de TI, outros setores da empresa ficam sobrecarregados. O uso ineficiente de ferramentas e o acúmulo de soluções desnecessárias também podem levar a problemas de integração e falhas operacionais, que acabam gerando brechas na segurança. 

MSSPs e SOCs Externos

Uma saída para aliviar essa pressão sobre as equipes internas de segurança é recorrer aos MSSPs (Managed Security Service Providers) ou optar pela contratação de serviços de SOCs (Security Operations Centers) externos. Essas equipes especializadas possuem profundo conhecimento técnico e experiência na implementação, monitoramento e gestão de ferramentas de segurança. Elas podem ajudar a empresa a explorar todo o potencial das soluções já contratadas, otimizando o uso dessas ferramentas e liberando a equipe interna para focar em questões mais estratégicas. Isso também reduz a necessidade de contratar novos especialistas ou lidar com um grande número de soluções, já que o serviço externo oferece uma visão mais abrangente e gerenciada da segurança.

O Básico Bem-feito

É fundamental lembrar que, muitas vezes, a busca por novas tecnologias pode fazer com que o básico seja negligenciado. Antes de comprar aquela solução que está "na moda" ou que promete milagres, é importante avaliar se as ferramentas que já foram adquiridas estão sendo utilizadas em sua plenitude. Avalie se todas as funcionalidades das soluções atuais estão sendo utilizadas. O básico, quando bem-feito, pode ser mais eficiente do que o mais avançado mal implementado.

Simplificar para melhorar deve ser o mantra das empresas que buscam eficiência em suas estratégias de cibersegurança. Com o apoio de MSSPs e SOCs externos e um foco no básico bem-feito, as empresas podem garantir uma postura de segurança mais sólida, eficaz e economicamente viável. Afinal, a segurança não está na quantidade de ferramentas, mas na forma como elas são utilizadas.

Alexandre Murakami, diretor da Unidade de Negócios de Segurança Latam da Logicalis.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.