O grupo Abril publicou no início da noite desta sexta, 27/10, um comunicado confirmando negociações com a Telefônica, mas ressalta que ainda não tem nenhuma "negociação concluída sobre eventuais mudanças na participação societária da companhia".
Segundo o grupo Abril, a TVA "cumpre as etapas para realização do IPO, conforme comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários no final de setembro".
Segundo fontes próximas, o processo de incorporação da TVA à Telefônica, já definido, será lento, até porque há muitos obstáculos regulatórios a serem vencidos.
Do ponto de vista societário, será feito a mesma coisa que a Embratel fez com a Net Serviços, ou seja, a aquisição não incluirá o controle até que a Lei do Cabo seja alterada de modo a permitir o controle por uma empresa de capital estrangeiro (a Lei do Cabo exige que 51% do capital votante da concessionária de cabo esteja com empresa brasileira).
Mas a Embratel teve algumas facilidades: seu contrato de concessão, ao contrário daquele da Telefônica, não tem a cláusula 14.1, que impede a tele de operar TV por assinatura. Nesse sentido, a Telefônica aguarda a decisão da Anatel sobre a compra da WayTV pela Telemar para saber que caminho seguir. A Telemar tem a facilidade de não ser estrangeira.
Operacionalmente, o que acontecerá será a oferta de serviços conjuntos em um primeiro momento, com voz, banda larga e TV, sobretudo na cidade de São Paulo. Nas demais cidades onde a TVA opera (todas fora do Estado de São Paulo), a Telefônica ainda estuda o que fazer.