Com crise, Nokia vai concentrar foco nas exportações do Brasil

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Apesar de alguns fabricantes estarem renegociando para cima os preços dos produtos com o varejo devido à flutuação cambial, a Nokia afirmou que não está adotando essa prática. A fabricante finlandesa de celulares sustenta que tem um caixa forte para suportar esse momento adverso na econômia. "Este é, aliás, um diferencial em relação a seus concorrentes", diz a Nokia.
A empresa não estabeleceu um valor fixo para a moeda americana durante as negociações feitas neste mês com o varejo e as operadoras de telefonia móvel para redefinir valores. "Estamos abastecendo normalmente. Mantivemos a venda de aparelhos e negociamos o contrato caso a caso com as empresas", afirmou Almir Narcizo, presidente da Nokia no Brasil, segundo o qual a subsidiária brasileira é a décima operação mais rentável do mundo da fabricante.
O executivo diz, inclusive, que a Nokia não diminui o ritmo da produção, em contraste com o que acontece na Zona Franca de Manaus, onde muitas empresas já concederam férias coletivas aos funcionários. "Estamos com a produção plena, com terceiro turno e utilizando os investimentos realizados em nossa fábrica. Inclusive, estamos prestes a bater recorde de venda e produção", garantiu Narciso.
Investimentos
Em setembro, a Nokia anunciou investimento de R$ 25 milhões para a expansão de sua fábrica na zona franca de Manaus.
Para este ano, a fabricante espera que o país atinja um volume de vendas de 52 milhões de celulares, crescimento de 15,3% na comparação anual. "Esse número tende a se repetir, tanto em volume quanto em valores para 2009", avaliou Narciso. Em relação a adesão de novos assinantes de telefonia móvel, a empresa estima que o Brasil encerre o ano com 148 milhões de celulares.
Em relação às exportações, a Nokia acredita que a valorização do dólar frente ao real tenda a fazer com que a fábrica do Brasil passe a aumentar as exportações. A unidade, que atualmente vende 22% de sua produção para o mercado externo, pode atingir 30% até o fim do ano. "O custo de produção local, que é mais baixo, e o câmbio favorável são fatores importantes e credenciam o Brasil a aumentar as exportações", mencionou Narciso.
De janeiro a setembro, as exportações da fábrica da Nokia no Brasil somaram US$ 334 milhões, crescimento de 93% ante igual período do ano passado.

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