Indústria de software e serviços quer faturar US$ 60 bi em 2020

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A meta da indústria brasileira de software e serviços é movimentar US$ 60 bilhões em 2020, o que, se confirmado, representará um crescimento de mais de três vezes em relação aos US$ 18 bilhões previstos para este ano e de quase quatro vezes ante os US$ 15,3 bilhões registrados em 2009, segundo informa Gerson Schmitt, presidente da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes), durante palestra no Futurecom 2010.
O executivo enfatiza que esta é uma oportunidade em potencial para o setor brasileiro de software e serviços. Caso atinja tal meta, o Brasil, que atualmente ocupa a décima segunda posição no ranking mundial do setor em receita, passará para o sexto ou quarto lugar na lista, disputando com Alemanha, França e Canadá, que atualmente ocupam essas posições.
Para alcançar essa meta, no entanto, o país terá de superar alguns desafios, ressalta Schmitt. Entre eles, precisará reverter a balança comercial negativa na área de software e serviços, que a cada ano se amplia, e acabar com a falta de mão de obra qualificada. O executivo observa que o Brasil necessita de mais 70 mil profissionais e que o custo de mão de obra no país ainda é muito caro. "Financeiramente falando, compensa mais para as empresas contratarem fábricas de software no exterior do que no Brasil", sustenta.
Para isso, Schmitt observa que o país precisa mudar o perfil do mercado de software e serviços. Segundo ele, 94% das empresas do setor são de pequeno porte. "Com esse perfil vai ser impossível atingirmos nosso objetivo", diz o executivo, frisando que é necessário o incentivo do governo para se criar inteligência, pois este é o principal diferencial do país. Do contrário, o país, em vez de exportar software, acabará enviado talentos para o exterior, o que só fará aumentar o déficit da balança comercial.
Outros pontos que precisam ser alterados, segundo o presidente da Abes, é o fato do governo atuar como um desenvolvedor de software e serviços, concorrendo com as empresas privadas, além da elevada carga de impostos sobre a mão de obra. Schmitt critica, por exemplo, o fato de o governo ter editado uma medida que dá preferência ao Serpro nas contratações de serviços por órgãos da administração federal.

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