A Qualcomm está promovendo durante a Futurecom o seu sistema operacional Brew MP, voltado a celulares de média gama. Segundo Jason Kenagy, vice-presidente da Qualcomm responsável pelo área que cuida da plataforma, existe uma perspectiva muito positiva de que a partir de 2011 algumas operadoras brasilerias passem a ter em suas redes handsets com a tecnologia, e sua vinda ao país é justamente para mostrar às operadoras as vantagens do sistema operacional.
No mercado, existe uma visão recorrente de que há uma fragmentação grande na quantidade dos sistemas operacionais para handsets, e que isso prejudica o desenvolvimento de aplicativos e modelos de negócio. Kenagy explica que a Qualcomm está trazendo uma proposta diferente com o Brew MP. Mais do que um sistema operacional, ele é um ambiente que permite a celulares de baixo custo e baixa capacidade de processamento terem aplicativos semelhantes aos que se encontra em smartphones. O segredo está na integração do sistema operacional com o chip do celular (que é, na verdade, o principal produto da Qualcomm) e em uma solução de rede que permite a otimização do tráfego de dados. "Assim, o usuário tem as mesmas funcionalidades de um smartphone mais avançado, mas pagando menos pelo hardware do celular e planos de dados mais barato". O conceito do Brew MP é muito parecido com o modelo praticado pela Blackberry, que envolve a otimização de alguns serviços na rede da operadora para reduzir o consumo de dados do aparelho. Mas o foco da Qualcomm são os celulares mais simples. A configuração mínima necessária é um processador de 300 MHz, 40 Mb de memória, conextividade 3G e telas touchscreen. Segundo Jason Kenagy, a expectativa é que nos próximos quatro ou cinco anos esse segmento dos celulares de média gama seja o de maior volume, e é possível criar um ambiente com aplicações populares como email, redes sociais e games 3D nesse tipo de telefone sem que o usuário seja obrigado a pagar por caros planos de dados.
A solução Brew MP é livre de royalties tanto para o fabricante quanto para a operadora. Isso é uma novidade em relação aos modelos da Qualcomm. Mas a explicação, segundo o executivo, é a estratégia de fomentar a venda de chips, onde está o core business da empresa. Outro argumento da Qualcomm em favor da tecnologia é que que já existe um ambiente pensado para vários modelos de lojas de aplicativos, que podem ser do fabricante de handset ou do operador, além de um ecossistema de desenvolvedores que já trabalhava com a plataforma Brew. O principal handset que já tem o BrewMP embarcado é o HTC Smart, e operadoras como AT&T e O2 já estão suportando a plataforma.
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