A tão esperada Black Friday se aproxima neste ano de 2022 e as expectativas sobre a lucratividade da data – 25 de novembro – dividem opiniões de analistas. Fatores como as eleições, copa do mundo, situação macroeconômica do país e estoque de lojas influenciarão os consumidores. Esse misto de elementos determinará, em alguns aspectos, positivamente e, em outros, negativamente o comportamento do consumidor. Mesmo assim, a expectativa é positiva.
Em 2021, a Black Friday obteve um faturamento 5,8% maior em relação ao ano anterior. Destacou-se o aumento de pedidos de delivery em 13,3% e o protagonismo das compras online. Os utensílios de moda e acessórios foram campeões de vendas, seguidos por itens de Beleza e Perfumaria, com Telefonia logo atrás. Sem novidades, a região Sudeste foi a primeira colocada na participação em compras e o meio mais utilizado de pagamento foi o cartão de crédito. Além disso, as publicações em redes sociais foram (e continuam sendo) peças-chave na divulgação das campanhas – no último ano, aumentaram em 375,28%, durante a BF.
Há um fator que pode pesar negativamente nas ofertas: alguns setores da indústrias e empresas estão sem estoque para "torrar" neste ano, o que sugere que as promoções sejam menos agressivas. Há também a análise de que a combinação Black Friday + Copa do Mundo + Eleições (e as incertezas relativas ao pleito) gera precaução no consumidor e isso se refletirá nas vendas.
Além disso, temos pela primeira vez na história um trimestre de queda de vendas e acesso aos sites no e-commerce brasileiro. Isso pode significar que as pessoas estão comprando menos e vão gastar mais no período da BF ou que o consumo seguirá esta tendência de compras em lojas físicas após a reabertura dos shoppings e lojas, agora sem restrições após a pandemia.
Por outro lado, do ponto de vista dos indicadores macroeconômicos, temos uma inflação controlada no Brasil e um cenário de estabilidade na economia (apesar dos graves problemas no exterior, EUA e Europa inclusos) o que faz com que o consumidor consiga se planejar um pouco melhor.
Antecipo que este ano, apesar da demanda reprimida, devido a alta das passagens aéreas e hospedagem, muitos não viajarão no período de final de ano ou trocarão por uma opção mais barata, o que "sobra dinheiro" para compras – é nesse momento que a BF entra. A sobra acaba indo para compras antecipadas de Natal ou "presentes" para si próprio.
Uma coisa é certa, o PIX se tornará um dos principais meios de pagamento na Black Friday este ano. Já vimos que esta modalidade cresceu mais de 10% nas vendas online no primeiro semestre de 2022. É possível que em alguns segmentos, inclusive, o PIX ultrapasse o cartão de crédito como o meio mais utilizado.
Tendo em vista essa série de fatores, acredito que teremos um saldo positivo no final das contas e teremos uma Black Friday forte, com um possível crescimento de 5% em relação ao que tivemos no ano passado. As pessoas acabam encontrando e inventando coisas para comprar. Não é mesmo?
Eduardo Muniz, CEO e fundador da Simplie (consultoria e agência digital full service com foco em performance) e pioneiro em mídia digital na América Latina. Figura entre os Top50 Mais Inovadores do Marketing no Brasil pela revista Proxxima, além de ter sido vencedor do Prêmio Google Case of the Americas em 2010.