A Farmax, indústria de cosméticos, produtos de higiene pessoal e suplementação alimentar, assinou neste mês de outubro o Pacto de Promoção da Equidade Racial. A iniciativa propõe implementar um protocolo ESG racial para o Brasil, trazendo a questão para o centro do debate econômico brasileiro.
A empresa é a segunda mineira a se comprometer com o movimento. No Brasil 62 companhias aderiram a iniciativa que estimula a equidade racial por meio da promoção de ações afirmativas, a melhoria da qualidade da educação pública e formação de profissionais negros.
De acordo com o CEO da Farmax, Ronaldo Ribeiro, que também é porta-voz do programa Liderança com ImPacto, do Pacto Global da Organização das Nações Unidas no Brasil (ONU), a adesão é fruto do avanço de um processo responsável de estruturação e evolução cultural que vem sendo trabalhado na empresa, desde 2022, para implementação de programas estruturantes para diversidade e inclusão.
"Somos uma companhia voltada para o cuidado com todas as pessoas. Isso inclui o acesso a produtos específicos para peles negras, especialmente por meio da marca Negra Rosa. Mas vamos além disso, também desafiando a realidade social para criarmos uma empresa que busque o futuro que acreditamos. Essa é uma temática que permeia a nossa razão de ser em todas as camadas", afirma Ribeiro.
Hoje, do total de aproximadamente 1,1 mil colaboradores da empresa, 44% se declaram pretos ou pardos. A fundadora da Negra Rosa, Rosangela Silva, uma das lideranças na Farmax é uma das principais influenciadoras de beleza negra no país, avalia que a adesão ao Pacto é emblemática e mais um passo na longa jornada desta causa.
"Essa assinatura ilustra o comprometimento e a postura da Farmax em relação a essa causa. Infelizmente ainda são poucas as empresas brasileiras que têm a coragem de assumir esse compromisso. É uma conquista importante", comemora Rosangela.
O diretor executivo do Pacto de Promoção da Equidade Racial, Gilberto Costa, reforça que as empresas que aderem ao movimento assumem um compromisso público como agentes de transformação para evoluir coletivamente em uma jornada antirracista, de forma propositiva, com toda a sua cadeia de valor.
"Ter a Farmax como representante do segmento nesta lista é uma grande conquista. A união das empresas no Pacto promove mudança na cultura organizacional, fazendo com que elas priorizem as pautas raciais, fomentando o debate sobre ações afirmativas para a equidade racial e investimento social privado para a eliminação do racismo. É um passo importante para um futuro construído coletivamente", disse Costa.
Além da Farmax, entre as 62 empresas signatárias estão a Ambev, Gerdau, GOL, Grupo Fleury, Belgo, Ifood, Vale, Vivo, XP, CSN, Dasa, Suzano, Arezzo, Grupo Soma, entre outras.
O Pacto da Equidade Racial também atua em parceria com o Pacto Global da ONU. Em setembro, junto com o Movimento Pela Equidade Racial (Mover), as entidades assinaram uma carta pública para reafirmar o compromisso com a luta pela equidade racial. A proposta é discutir estratégias para incentivar a atuação de empresas no enfrentamento às desigualdades no ambiente corporativo.
A estratégia é mitigar os efeitos da discriminação racial no ambiente corporativo e montar um movimento em que as empresas assumem um compromisso público a partir de metas concretas e indicadores específicos para o equilíbrio racial interno e em cargos de liderança.
Os reflexos da desigualdade racial espelham a realidade econômica. Atualmente, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre os 10% mais pobres da população brasileira, 78,5% são negros (pretos e pardos) e 20,8% são brancos. Já entre os 10% mais ricos, a situação se inverte: 72,9% são brancos e 24,8% são negros.
"A união de forças em prol da inclusão, da diversidade e da equidade precisa ser entendida como uma responsabilidade e um diferencial para as empresas. Ambientes diversos são mais produtivos e inovadores. É um caminho urgente que o mundo corporativo precisa avançar e que Farmax, agora junto ao Pacto, se compromete a evoluir", conclui o CEO da Farmax.