Um observatório desenvolvido pelo Ministério do Planejamento em parceria com entidades da sociedade civil vai permitir o levantamento do número de iniciativas de inclusão digital existentes no país. O projeto de implantação do Observatório Nacional de Inclusão Digital (Onid) foi apresentado na segunda-feira (26/11), durante a 6ª Oficina de Inclusão Digital, que ocorre até quinta-feira (29/11) em Salvador.
Segundo o secretário-adjunto de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Rodrigo Assunção, atualmente faltam números para mostrar quantas iniciativas de inclusão digital estão em andamento no Brasil. De acordo com ele, com a implantação do observatório será possível chegar a números mais precisos. "Antes, um ministério dizia que era apoiava um número ?xis? de projetos de inclusão, outro dizia que ajudava outros tantos. Mas, às vezes, eles estavam falando dos mesmos projetos. O observatório vai ajudar a saber qual é o número real de iniciativas existentes, sem distorções de número?, explicou.
Além de saber o quanto se trabalha para promover a inclusão digital, o observatório vai identificar as pessoas envolvidas no processo, assim como ajudar a desenvolver ações integradas e permitir a troca de informações entre as iniciativas.
Associações comunitárias, sindicatos e movimentos sociais podem montar telecentros digitais ? pontos com computadores com acesso à internet em locais onde for constatado que a população ainda não possui acesso aos meios de informação ? e recebem o apoio do governo federal.
Agora, o observatório está cadastrando todos os telecentros existentes. Os responsáveis pelas unidades podem preencher um formulário no site do projeto. Quando o volume dos registros for significativo, o Onid vai divulgar os números. Depois de preencher o formulário de cadastro, os responsáveis também devem incluí-lo no mapa da inclusão, disponível no site. A idéia é que eles façam uma marca num grande mapa do Brasil interativo, para formar o Tele Atlas.
"Nossa meta é que todos os municípios tenham projetos de inclusão para ver este mapa cheio?, disse Assunção. O mapeamento não está restrito aos que possuem telecentros. Todos os que desenvolvem projetos, desde que sem fins lucrativos, podem preencher a ficha de cadastro. Segundo ele, esse é o mapeamento mais completo e detalhado do país na área de inclusão digital.
O Onid já sistematizou até agora os dados de localização e contatos de mais 3 mil telecentros. Deste total, 31% estão em municípios de pequeno porte (até 20 mil habitantes), 23% em municípios de médio porte (acima de 20 mil e com menos de 200 mil habitantes) e 46% estão em municípios de grande porte (acima de 200 mil habitantes). Do total de telecentros 8% têm abrangência regional, 29% municipal, 27% estadual e 36% têm abrangência nacional. Desses projetos, 29% são gerenciados por entidades da sociedade civil e 71% por órgãos públicos. Dos locais cadastrados, São Paulo é o estado que possui o maior número absoluto de telecentros enquanto o estado do Acre tem a maior quantidade em relação à população.
Segundo Assumpção, o Onid também é uma importante ferramenta para os gestores públicos na medida em que disponibiliza informações vitais para o gerenciamento das políticas públicas de inclusão digital no país. Ele frisou a necessidade de sua permanente atualização e lembrou que as iniciativas ainda não identificadas pelo levantamento podem efetuar seu cadastramento através do endereço www.onid.org.br/precadastro/.
O secretário adjunto da SLTI disse que a próxima etapa da iniciativa, em fase de testes, será ampliar o número de informações sobre cada telecentro como perfil da população atendida, fonte de recursos para sua manutenção, utilização de software livre, entre outras.