A NCR do Brasil, fabricante de equipamentos e sistemas de auto-atendimento, deve fechar o ano com um crescimento de 143% nas vendas. O percentual representa um aumento da projeção inicial de mais de três vezes, que era de 40%, segundo explicou o presidente da subsidiária brasileira, Elias Rogério da Silva, ao ressaltar que o país tem sido o motor de crescimento na América Latina. Segundo ele, o resultado é fruto do reposicionamento da empresa iniciado há três anos e que visou dar mais foco às necessidades dos clientes.
Um dos desdobramentos desse novo posicionamento foi separação (spin off) da Teradata, concluído no início de outubro, que permitiu à companhia se concentrar totalmente no fornecimento de soluções de auto-atendimento, voltadas para os mercados de varejo, finanças, viagens, saúde, hotelaria, entretenimento e o setor público (veja mais informações em "links relacionados" abaixo).
De acordo com o executivo, é exatamente nesses mercados que a NCR está apostando no ano que vem. "Estamos investindo mais fortemente nos mercados de viagens, saúde e hotelaria, e em 2009 já deveremos ter a concretização de algumas negociações conduzidas neste ano." Mas isso não significa, conforme observa Silva, que a companhia vá reduzir o foco no mercado financeiro, o qual lidera no Brasil e no mundo, de acordo com as empresas de pesquisa Retail Banking Research (RBR) e ESP Payments Practice. E não é para menos. Hoje, segundo ele, 70% das receitas da NCR no Brasil vêm do setor bancário, ficando 15% com o varejo e o restante proveniente de outros serviços, como de help desk, etc.
Silva diz que, para a NCR, o mercado brasileiro continua tendo prioridade nos investimentos da corporação. "Queremos conquistar a liderança no mercado brasileiro não apenas na área financeira, mas também em outros mercados que passam a adotar soluções de auto-atendimento."
A expectativa da NCR é que 2009 será um ano de crescimento e consolidação no Brasil. Para alcançar esse objetivo, Silva diz que a empresa vai investir também na ampliação do portfólio e da capacidade produtiva. Em relação a este último item, ele fez questão de frisar que não sabe ainda se isso será feito por meio da expansão da produção com a Flextronics, com a qual mantém atualmente um contrato de terceirização da fabricação, ou através da montagem de uma linha de produção própria, quando vencer o acordo com a fabricante. "Ainda não há nada definido e tudo vai depender do desenrolar dos acontecimentos."
Apesar da crise financeira mundial, a NCR fez uma revisão para cima da expectativa de faturamento para este ano. A companhia espera um incremento de 8% a 9% as suas receitas no exercício 2008, comparado com o ano anterior – embora não divulgue números regionais, estima-se que a receita anual da empresa no Brasil esteja próxima dos R$ 100 milhões. Em razão do atual quadro econômico mundial, Silva comenta que a NCR está atenta ao controle de custos e à eficiência operacional, porém ressalta que os planos para o Brasil seguem inalterados.
- Expansão acelerada