Segundo levantamentos da Minsait, uma empresa Indra, nos serviços financeiros, depois do surgimento de cartões e aplicativos de bancos, a nova tendência é o pagamento instantâneo: a troca do dinheiro ou dos cartões pela utilização de smartphones para realizar pagamentos via internet, concluindo as transações em segundos.
Em território brasileiro, as discussões sobre o tema já começaram: o Banco Central trabalha numa plataforma a ser disseminada em breve para que o serviço seja implantado em larga escala a partir de 2020. Mercado a ser explorado não falta: segundo o próprio BC, existem hoje 220 milhões de aparelhos para 207,6 milhões de brasileiros.
Presente em diversas partes do mundo, tais como China, Austrália, Estados Unidos e Europa, esta nova modalidade de transação ainda está dando os primeiros passos no Brasil. A Minsait, destaca que ainda é necessário evoluir em acessibilidade, segurança, definição de infraestruturas e rapidez.
"O Banco Central do Brasil e as empresas de tecnologia e serviços financeiros já estão atentas ao tema e diferentes instituições do mercado brasileiro já se mobilizaram para oferecer serviços de pagamentos instantâneos. O comunicado 32.927, divulgado em dezembro de 2018, resume os princípios discutidos nas versões prévias dos requisitos fundamentais para o ecossistema de pagamentos instantâneos brasileiro, assim como as discussões travadas nos grupos de trabalho instaurados pelo Bacen. Em países da Europa já existem diversas empresas que oferecem serviços de pagamentos instantâneos, como por exemplo o Bpay, do marketplace espanhol, Bnext", explica Victor Rodriguez Macedo, gerente executivo sênior da Minsait no Brasil.
E os benefícios desse novo ecossistema não estão restritos às grandes instituições do setor privado. PMEs não ligadas ao setor financeiro e órgãos públicos, como o governo, podem obter avanços significativos com as transações, que estarão sempre disponíveis. "Grandes volumes de pagamentos podem ser processados rapidamente, com notificações transparentes e oportunas. Exemplo da eficácia disso está na Austrália: a agência do governo Centrelink começou a fazer pagamentos instantâneos aos clientes através da plataforma New Payments Platform (NPP) em tempo real, distribuindo US $ 2,2 milhões do fundo de recuperação de desastres do governo australiano durante as inundações de Townsville, reduzindo o tempo de espera de dois dias para apenas alguns segundos, completa Victor Rodriguez.
"É necessário ouvir as opiniões dos diferentes players do mercado (sejam eles tradicionais ou novos entrantes) e assim estruturar uma governança correta onde todos possam participar em igualdade de condições. Isso vai permitir a criação de um ecossistema de pagamentos saudável e com maior concorrência e inovação", finaliza o executivo.