A inovação tecnológica impulsiona o crescimento das empresas em um cenário cada vez mais competitivo. Contudo, para garantir que essas soluções emergentes cumpram seu propósito sem colocar os negócios em risco, é fundamental que a segurança seja transversal em todas as etapas. A confiança nas novas ferramentas tecnológicas deve ser construída desde o início, assegurando que elas sejam robustas, eficientes e protegidas contra possíveis vulnerabilidades. Isso vale para todos os níveis, desde a integridade dos dados até a ética no uso das informações. Quando tratamos de setores que lidam com dados sensíveis, como financeiro e de saúde, é crucial implementar políticas claras e eficazes de proteção para evitar danos irreversíveis.
Mesmo com os avanços das novas tecnologias, muitas empresas ainda titubeiam em adotá-las. O receio do desconhecido, aliado à insegurança em relação ao retorno sobre o investimento, é um dos principais fatores que dificultam essa transição. Além disso, a introdução de uma nova solução pode aumentar a exposição a riscos e, se a organização não se sentir preparada para encarar esses desafios, a hesitação tende a prevalecer. Outro ponto importante é que as mudanças costumam enfrentar resistência, não só em termos de tecnologia, mas também entre os colaboradores. As pessoas podem se sentir mais confortáveis com os processos tradicionais, e gerenciar essa adaptação de maneira eficaz é crucial para que a inovação seja bem-sucedida.
A segurança é um aspecto que deve ser levado a sério em qualquer setor, mas, alguns, como o bancário e o de saúde, apresentam uma vulnerabilidade ainda maior. No ambiente financeiro, por exemplo, uma falha na proteção de dados pode ter consequências devastadoras, tanto para a empresa quanto para os clientes. Da mesma forma, na área da saúde, em que a digitalização de prontuários e a telemedicina estão em crescimento, a proteção dos dados dos pacientes é uma responsabilidade ética e legal. Também no âmbito público, a crescente digitalização pode expor órgãos governamentais a ataques cibernéticos, tornando a segurança dessas estruturas ainda mais crítica.
Para mudar a percepção de insegurança em relação à inovação, é necessário educar as empresas sobre os benefícios dessas novas ferramentas e, ao mesmo tempo, destacar a importância de adotar as melhores práticas de proteção. Demonstrar como essa transformação pode melhorar a produtividade e a eficiência, sem comprometer a segurança, é uma das formas de superar essa resistência. Casos de sucesso e exemplos práticos mostram que é possível inovar sem expor o negócio a grandes riscos, criando um ambiente mais propenso à adoção de novas soluções.
Uma inovação segura é aquela que considera a proteção de dados e a confiabilidade da solução desde o início do processo de desenvolvimento. A segurança não deve ser vista como algo secundário, mas sim como parte integrante do projeto. Testes rigorosos e frequentes são essenciais para garantir que a tecnologia funcione conforme o esperado e seja resistente a possíveis ameaças. Além disso, empresas que entendem como as soluções que implementam operam – e que, simultaneamente, promovem a transparência na gestão dessas tecnologias – estão mais aptas a tomar decisões informadas e a construir um relacionamento de confiança com seus clientes.
O caminho para o futuro passa pela inovação, mas ela precisa ser feita de maneira consciente e protegida. As novas tecnologias têm o potencial de transformar diversos setores, mas somente quando implementadas com segurança é possível garantir que os resultados sejam positivos. Ao adotar uma postura proativa em relação à proteção de dados e educar as pessoas envolvidas no processo, as companhias podem inovar com mais confiança, construindo bases sólidas para seu crescimento.
Joel Backschat, CIO da multinacional brasileira FCamara.