No ambiente de negócios em rápidas mudanças de hoje, a segurança cibernética se tornou uma preocupação crítica para as organizações. O volume de vulnerabilidades e exposições comuns (CVEs) passou de 240 mil no National Cybersecurity Federally Funded Research and Development Center (FFRDC). Para colocar isso em perspectiva, se uma pessoa gastasse apenas um minuto lendo sobre cada vulnerabilidade, levaria cerca de 166 dias de leitura ininterrupta para analisar todas elas.
Mas, por mais impressionante que isso possa parecer, a principal questão é: todas as vulnerabilidades devem ser tratadas igualmente? É essencial implementar uma abordagem diferente, defendendo uma mudança de paradigma na forma como as organizações gerenciam a segurança cibernética, priorizando o que realmente representa risco para o negócio de forma clara.
Uma pesquisa recente da Tenable revelou que apenas 3% de todas as vulnerabilidades são responsáveis ??pelas exposições mais impactantes. Essa descoberta é um call to action para profissionais de segurança cibernética. Por muito tempo, o setor operou sob a suposição de que toda vulnerabilidade é uma prioridade, levando a um cenário em que as equipes de segurança estão constantemente reagindo a novas ameaças ou vulnerabilidades conforme assim que divulgadas. Quando uma falha é corrigida, outra aparece, criando um ciclo de reação constante em vez de gerenciamento proativo e estratégico. Esta abordagem, além de não impactar significativamente o gerenciamento de segurança, causa alto estresse na equipe, baixa eficiência e uma quantidade esmagadora de tempo gasto em vulnerabilidades que representam baixo risco de exposição.
Mas, se as equipes de segurança puderem focar nas vulnerabilidades que realmente apresentam maior risco, as organizações podem não apenas aprimorar sua postura de segurança, mas também otimizar seus recursos, garantindo que seus esforços estejam alinhados com as ameaças mais significativas, reduzindo o estresse operacional e protegendo seus ativos críticos de forma mais eficaz.
Gestão mais inteligente da segurança cibernética: uma nova era de estratégia orientada pelo contexto
A mudança para o gerenciamento de vulnerabilidades orientado por contexto não se trata apenas de melhorar a segurança cibernética, mas de alinhar os esforços de segurança com as prioridades de negócios. Hoje, ferramentas avançadas e análises de dados permitem que as organizações entendam melhor quais vulnerabilidades têm maior probabilidade de serem exploradas, quais estão associadas a campanhas ativas de ransomware e quais estão associadas a ameaças mais amplas e relevantes para seu ambiente de negócios específico.
Essa abordagem representa uma maneira mais inteligente de gerenciar a segurança cibernética. Ao focar nas poucas vulnerabilidades críticas, as organizações podem reduzir sua superfície de ataque, proteger seus ativos mais valiosos e, finalmente, mitigar o risco comercial.
Dos dados à ação: o papel das respostas direcionadas
Identificar as vulnerabilidades críticas é apenas metade da batalha, a outra é tomar medidas decisivas para mitigar essas vulnerabilidades antes que elas possam ser exploradas, que é onde o valor estratégico é percebido. Uma abordagem de resposta direcionada é essencial para agilizar o processo de priorização e mitigação de vulnerabilidades críticas, garantindo que as equipes de segurança possam agir de forma rápida e eficiente.
Adotar esse tipo de estratégia permite que as empresas priorizem seus esforços nas ameaças mais urgentes. Por exemplo, um ataque focado pode ter como alvo vulnerabilidades que fazem parte de campanhas ativas de ransomware ou sinalizadas por agências reguladoras. Ao se concentrar nessas vulnerabilidades de alto impacto, as organizações podem garantir que seus esforços de remediação estejam alinhados com as ameaças mais urgentes, reduzindo significativamente o risco cibernético.
Além disso, os recursos avançados de relatórios fornecem responsabilidade e visibilidade claras nos esforços de remediação. Isso é crucial para organizações que precisam demonstrar progresso às partes interessadas, seja a diretoria, o conselho de administração ou os órgãos reguladores.
Foco estratégico sobre sobrecarga operacional
Em um mundo onde o grande volume de vulnerabilidades pode ser paralisante, a ênfase na precisão em vez da quantidade e no contexto em vez do caos oferece um caminho a seguir. Mas isso é mais que apenas uma mudança tecnológica, é uma mudança de mentalidade. As organizações devem se afastar da abordagem reativa e generalista para o gerenciamento real de vulnerabilidades, de modo proativo e priorizado. Ao se concentrar no que é realmente crítico, elas podem não apenas proteger seus negócios, mas também se comunicar de forma mais eficaz com as partes interessadas, garantindo que a segurança seja vista não como um centro de custos, mas como um facilitador estratégico do sucesso empresarial.
Para finalizar, o futuro da segurança cibernética está na capacidade de cortar o ruído e se concentrar no que realmente importa. Os dias de tratar cada vulnerabilidade como uma ameaça igual acabaram. É hora de focar nas 3% realmente críticas e alinhar os esforços de segurança cibernética com a estratégia empresarial.
Alejandro Dutto, diretor de Engenharia de Segurança da Tenable para América Latina e Caribe.