A terceira rodada da negociação salarial da categoria de TI terminou novamente sem acordo. Na reunião desta terça-feira, 28, os empresários do setor mantiveram praticamente a mesma proposta apresentada anteriormente, alterando apenas o reajuste dos salários de 6% para 6,2%, e dos pisos de 6,2% para 6,4%.
Nenhuma outra cláusula além do índice de reajuste salarial e dos pisos foi alterada pelo sindicato patronal, o Seprosp. A questão da ampliação do vale-refeição (VR) e da participação nos lucros ou resultados (PLR) para todas as empresas foi novamente uma das principais discussões da rodada.
"A comissão de negociação [do sindicato patronal] continua argumentando que pequenas empresas não conseguem arcar com esses benefícios. Eu volto a afirmar que este não é um setor que se mede pelo número de funcionários. Vemos diariamente pequenas empresas que possuem faturamento alto, lucratividade grande. O profissional de uma companhia que tem dez empregados deve ter o mesmo direito de todos os outros", rebate o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de TI do Estado de São Paulo (Sindpd), Antonio Neto.
O dirigente sindical diz que esses índices estão muito abaixo do que o trabalhador precisa e merece. "Não aceitaremos um acordo que não seja condizente com a participação dos trabalhadores nesse crescimento e na lucratividade das empresas", afirma.
Diante do impasse, uma nova reunião foi agendada para a próxima sexta-feira 31. A diretoria do Sindpd também se reunirá para discutir a evolução da negociação salarial e possíveis medidas a serem tomadas caso os empresários não melhorem a proposta.
Proposta do sindicato patronal (Seprosp)
· Reajuste salarial de 6,2%;
· 6,4% de reajuste nos pisos salariais;
· Vale-refeição de R$14 para empresas com mais de 50 empregados;
· Obrigatoriedade de apresentação de proposta de participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR) para empresas com mais de 30 empregados.
Contraproposta Sindpd
· Reajuste salarial de 9,3%;
· 10,8% de reajuste nos pisos salariais;
· Vale-refeição de, no mínimo, R$17 para todos os trabalhadores de TI, sem desconto;
· Obrigatoriedade de apresentação de proposta de PLR para todas as empresas de TI do estado de São Paulo;
· Assistência médica para o trabalhador e dependente sem qualquer ônus;
· Inclusão de dez novos pisos salariais, abrangendo cargos como administradores de banco de dados, programadores e analistas de sistemas;
· Jornada de trabalho de 30 horas semanais para assistentes de apoio ao usuário, operadores de: help desk, call center, teleatendimento e assemelhados. Além de descanso de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados; licença maternidade de 180 dias.