Pesquisa feita pela EY e a BotCity identifica que 66% das empresas na América Latina pretendem aumentar o investimento em RPA para ganhar escala. Os setores de logística, varejo, e-commerce e indústrias são os que apresentam estágio mais avançado na estratégia e operação da tecnologia, com demandas por automações concentradas nas áreas Financeira/Contabilidade (37%) e Operações (41%).
A 1ª Pesquisa sobre Robotic Process Automation (RPA) na América Latina levantou também as principais tendências para 2023. RPA é uma tecnologia que permite a criação de robôs de software que automatizam processos repetitivos nas áreas de negócio e administrativas.
O mapeamento foi realizado com líderes e decisores de mais de 200 grandes e médias empresas de diversos setores em países como Brasil, Colômbia, Chile, Peru e Argentina. O levantamento avaliou como a Automação Inteligente está presente nas estratégias das organizações, identificando a maturidade das iniciativas, os principais desafios e o impacto para o negócio.
Segundo o Gartner, o mercado de software para hiperautomação está estimado em US$ 596 bilhões. A ferramenta está em evidência, pois o uso combinado de RPA e Inteligência Artificial possibilita a utilização de soluções como ChatGPT e GitHub Copilot, tornando possível automatizar processos mais complexos que envolvam interações humanas ou grandes volumes de dados. Com isso, o RPA ganhou protagonismo nas empresas em um novo cenário econômico e mais de 90% das empresas consultadas na pesquisa tiveram um crescimento significativo (acima de 25%) na quantidade de automações em produção neste ano.
A pesquisa indica que o principal objetivo das iniciativas envolvendo a tecnologia é liberar as pessoas para atividades mais estratégicas (50%) e obter mais produtividade (26%). Além disso, também buscam melhorar a experiência dos clientes, evitar erros críticos e fraudes, e ganhar eficiência de escala. Somente 16% mencionaram diretamente a redução de custos e mais de 40% das iniciativas de automação existem há mais de 3 anos, o que mostra ganho de maturidade.
A complexidade dos projetos em RPA demanda desenvolvedores. A falta de capacitação foi apontada como a maior frustração relacionada ao RPA pelas empresas consultadas e a maturidade técnica do time foi sinalizada como a maior barreira para o avanço das iniciativas de RPA. Mais de 77% das empresas avaliadas possuem mais da metade do seu time com skills de programação, e 79% relataram a adoção da linguagem Python para desenvolvimento de automações como estratégia para garantir produtividade, melhor performance e menor lock-in em relação às tecnologias proprietárias.
A maioria das empresas (72%) respondentes têm mais de uma dezena de automações, o que torna mais complexo o gerenciamento e a governança da iniciativa de automação inteligente. Conforme os projetos vão ganhando complexidade, aumenta a necessidade de programação, concentrando os esforços em TI e CoEs (Centros de Excelência Operacional).
A pesquisa ainda levantou as 3 prioridades para o ano em iniciativas de automação:
1 – Melhorar performance e escalabilidade;
2 – Criar automações para mais áreas de negócio;
3 – Melhorar a governança das automações.
Já entre as 3 maiores barreiras para o avanço das iniciativas de RPA estão:
1 – Maturidade técnica do time;
2 – Falta de tempo para dedicar aos projetos;
3 – Falta de alinhamento e definição de responsabilidades entre áreas.
Entre as 3 maiores frustrações relacionadas a RPA foram citadas:
1 – Falta de capacitação;
2 – Apoio institucional;
3 – Limitação técnica das ferramentas.
A pesquisa também trouxe as 8 principais tendências para 2023 em automação:
• Aumenta a prioridade do RPA nas estratégias das empresas
• RPA ganha escala e complexidade
• RPA como projeto de software e responsabilidade de TI
• Hiperautomação, Python RPA e tecnologias abertas
• Shadow IT, Orquestração e Governança de RPA
• Computação Elástica e Robot-as-a-Service (RaaS)
• Arquitetura Multi-plataforma
• RPA e AI next-gen: Visão computacional e ChatGPT.