O projeto Solução de Gestão Empresarial para Pequenas Empresas, lançado na segunda-feira (27/03) pelo Banco do Brasil e o Sebrae, recebeu críticas de empresários e entidades de setor de tecnologia de Santa Catarina, para os quais a iniciativa irá prejudicar dezenas empresas de pequeno porte que desenvolvem soluções de gestão empresarial (ERP).
O projeto chamado de ?Solução de Gestão Empresarial para Pequenas Empresas? receberá investimento de R$ 3,4 milhões, sendo R$ 1,8 milhão do Sebrae e R$ 1,6 milhão do Banco do Brasil. Quantia que somente uma empresa irá receber ao vencer a licitação que será aberta para desenvolvimento e implantação de sistema de ERP.
?Com a proposta do Sebrae e Banco do Brasil, as empresas encontrarão dificuldades de se manter no mercado devido a concorrência desleal que esse projeto irá induzir ao oferecer software de graça?, aponta o empresário Carlos Augusto de Matos, presidente do Sindicato das Empresas de Processamento de Dados da Grande Florianópolis (SEPD).
Segundo dados oficiais, cerca de mil empresas comercializam softwares similares no país. Em Santa Catarina, há diversos fornecedores de aplicativos (fluxo de caixa, contas a pagar e a receber, nível de estoque, cadastro de fornecedores e de clientes) voltados para a informatização de micro e pequenas empresas.
Para Matos a atitude do Sebrae é um contra-senso, pois o papel da instituição é de justamente apoiar e incentivar as micro e pequenas empresas brasileiras. A medida, diz ele, irá prejudicar quem desenvolve sistemas voltados a gestão empresarial. A crítica se estende ao Banco do Brasil. Na avaliação deles, em vez de utilizar dinheiro público para adquirir licenças desse tipo de software de uma única empresa através de licitação, a instituição financeira deveria fomentar programas de apoio para ajudar as micro e pequenas a terem seu negócio informatizado.
Esta não é a primeira vez que o Sebrae tenta incentivar a implantação de software nas micro e pequenas empresas. Há mais de dez anos a instituição lançou os programas ?Empresário I? e ?Empresário II?, que, depois de alguns anos, foi abandonado. O motivo apontado pelo empresário Carlos Augusto de Matos foi a falta de suporte aos softwares instalados. ?Os programas eram implantados, mas não vinham com suporte e os empresários acabavam desistindo quando apareciam as primeiras dificuldades ou problemas?, diz.