No ano passado, 5 milhões de notebooks foram vendidos no país, um aumento de 60% em relação a 2010. Apenas em dezembro foram comercializadas em torno de 800 mil PCs portáteis no varejo, confirmando ser essa é a principal categoria no segmento de computadores no Brasil. Os dados constam da segunda e última etapa da auditoria realizada pela GfK Consumer Choices, empresa de pesquisa de mercado e uma das maiores em estudos no ponto de venda para os segmentos de tecnologia e eletroeletrônicos. O resultado parcial de 2011 foi divulgado em novembro.
O levantamento revela que, apesar de ainda estarem engatinhando no mercado brasileiro, os tablets já começam a ganhar terreno. Considerando os cinco segmentos de PCs – notebook, netbook, desktop, all-in-one e tablets –, eles responderam por 5% das vendas no varejo brasileiro no ano passado. Na Grande Rio e na Grande São Paulo, por exemplo, eles estão acima da média nacional, e já representam 8% das vendas totais.
"Esses dispositivos eletrônicos chegaram ao mesmo patamar de vendas dos netbooks no ano passado no Brasil. Mas se compararmos com o mercado mundial, verificamos que lá fora esse produto ganha ainda mais corpo, respondendo por quase um quarto das vendas de computadores na média global", assinala Alex Ivanov, gerente de negócios IT e foto da GfK Consumer Choices.
O executivo chama a atenção para a queda de 20% nos preços dos notebooks na comparação com 2010. "Notebooks acima de R$ 1,5 mil perderam importância. Mais de um terço das vendas já está abaixo de R$ 1 mil." Segundo Ivanov, como o preço influencia diretamente na decisão de compra do consumidor, o canal generalista – supermercados, hipermercados e lojas de departamentos – acabou se fortalecendo. Em 2010, ele era responsável por 31% das vendas de informática no varejo, no ano passado fechou com 35%.
Além de ter o menor preço, o canal generalista apresentou a maior variação no número de itens vendidos. Ao todo, 1.548 modelos diferentes de notebooks foram encontrados nesse canal, um crescimento de 37% em relação a 2010. "A média Brasil fechou com 2,2 mil peças diferentes. Para quem pensa que é muito, a Rússia encerrou com 10 mil modelos de notebooks vendidos e a Alemanha, 9 mil", compara Ivanov. Ele ressalta, ainda, a concentração do mercado brasileiro. "São 55 marcas diferentes do eletrônico, mas apenas cinco respondem por quase 70% das vendas."
De acordo com a GfK, quando comparada a importância dos segmentos de PCs, a região que apresenta a maior concentração nas vendas de notebooks é a Sul (57%), enquanto o Nordeste responde por 41% das vendas de desktops, quando a média nacional desse item foi de 34%. Nas regiões Norte e Centro-Oeste, a novidade foi a expressiva venda de modelos all-in-one: 6%, enquanto a média Brasil é de 3%. Já na região Sudeste as vendas no varejo tiveram como destaque a concentração de netbooks na Grande Rio: 10% nessa área contra a média Brasil de 8%.
Mercado de US$1 trilhão
A GfK avalia que o cenário mundial para o segmento de eletrônicos é positivo. Os consumidores devem gastar acima de US$ 1 trilhão com esses itens neste ano, cerca de 5% a mais em relação a 2011. Em 2010, o segmento de eletrônicos foi de US$ 922 bilhões, passando para US$ 993 bilhões no ano passado, um crescimento de 8%. A categoria de smartphones, que em 2008 representava 7% das vendas, deve chegar a 22% neste ano, o maior crescimento. Os computadores permanecerão estáveis: em 2008 representavam 23% das vendas e neste ano a expectativa é de 22%.
"A vedete são mesmo os tablets, que segundo projeções chegarão a responder no fechamento deste ano a 5% do total de vendas de eletrônicos no mundo", diz Ivanov alertando ainda para a queda mundial de 28% na categoria de monitores, tanto em decorrência do sucesso dos computadores portáteis quanto pela expansão de monitores de TV. "Aliás, de todas as categorias de eletrônicos no mundo, 14% das vendas em 2011 foram de TVs de telas finas. Na América Latina é as vendas são ainda mais concentradas, representando 22% de todas as categorias de eletrônicos", conclui.