Os gastos mundiais com tecnologia da informação e comunicações (TICs) devem atingir US$ 3,8 trilhões neste ano, o que representará um crescimento de 4,1% em relação aos US$ 3,6 trilhões registrados no ano passado, conforme projeção do Gartner. A maior fatia desse montante (US$ 1,688 trilhão) será destinada a serviços de telecomunicações, cujos investimentos deverão crescer 2% em relação a 2012. A previsão é que, em 2014, a inversão de recursos nesses serviços cheguem a US$ 1,728 trilhão. O mercado global de serviços de telecom continua a representar a maior parcela dos gastos em TICs, mas permanecerá estável ao longo dos anos. Segundo a consultoria, a desaceleração dos gastos com serviços de voz será contrabalançada por um forte crescimento dos investimentos nos serviços de dados móveis.
Em segundo lugar na lista dos gastos estão os serviços de TI, que devem totalizar US$ 918 bilhões, 4,5% a mais que o registrado um ano antes, com taxa de expansão de 4,9% para 2014 e receita de US$ 963 bilhões. Já a área de hardware, que engloba PCs, tablets, telefones celulares e impressoras, é a que mais deve crescer movimentando US$ 718 bilhões, cifra 7,9% maior que a computada em 2012 — daqui a dois anos a previsão é que esse índice deve ser de apenas 5,7%. Isso porque embora os gastos com PCs estejam estáveis e o investimento em impressoras tenham mostrado um ligeiro declínio, eles serão compensados por uma explosão, no curto prazo, nas vendas de telefones celulares.
Softwares corporativos devem movimentar US$ 297 bilhões neste ano, crescimento de 6,4%, chegando a US$ 316 bilhões em 2014. Nesse segmento, o crescimento é impulsionado pelas expectativas de evolução para sistemas de gestão de dados, ferramentas de integração de dados e gestão da cadeia de abastecimento, compensando as projeções menores de crescimento para a gestão de operações de TI e software de sistemas operacionais.
Sistemas para data center, por sua vez, responderão por US$ 146 bilhões em 2013, 3,7% a mais na comparação anual, com previsão de crescimento de 4% para o ano seguinte, somando US$ 152 bilhões. A redução nos gastos com esses sistemas se dá, em grande parte, devido à redução nos gastos com armazenamento externo, além da economia conturbada na região que engloba a Europa, Oriente Médio e África (EMEA).
"O nexo das forças — social, nuvem, mobilidade e informação — está remodelando os padrões de gastos em todos os setores de TICs que o Gartner faz projeções. Consumidores e empresas continuarão comprando um mix de produtos e serviços; nada vai desaparecer completamente. No entanto, a proporção dessa mistura está mudando drasticamente e há claros vencedores e perdedores ao longo dos próximos três a cinco anos, quando observamos uma transição de PCs para telefones móveis, de servidores para armazenamento, de software licenciado para modelos em nuvem, ou até a mudança em conexões de voz e dados fixas para móveis", explicou o vice-presidente de pesquisa do Gartner, John Lovelock.