A Tele Norte Leste Participações, controladora da Telemar e da Oi, registrou lucro líquido de R$ 144,5 milhões no primeiro trimestre deste ano.
O resultado é 25% menor que os R$ 193 milhões verificados no mesmo período de 2005. Se comparado com o quarto trimestre do ano passado, quando o lucro líquido foi de R$ 416,4 milhões, a queda foi de 65,2%. Segundo o diretor de finanças do grupo Telemar, José Luis Salazar, as razões para a queda no lucro líquido da companhia foram despesas não recorrentes: R$ 33 milhões de baixa de estoque da Oi; R$ 34 milhões de provisões para o plano geral de metas de qualidade da Anatel; e a taxa de renovação de contrato de concessão, correspondente a 1% da receita líquida.
A empresa registrou uma receita bruta de R$ 5,8 bilhões – 3,7% a mais que no mesmo período do ano passado. A receita líquida, por sua vez, se manteve praticamente estável na comparação anual: foram R$ 4,05 bilhões ante os R$ 4 bilhões verificados no primeiro trimestre de 2005. O Ebitda da companhia foi de R$ 1,49 bilhão no trimestre, resultado 11% menor que o R$ 1,67 bilhão registrado no ano anterior. A margem Ebitda caiu de 41,7% para 36,6% na comparação anual.
As receitas com telefonia fixa local e de longa distância se mantiveram estáveis em comparação com o primeiro trimestre de 2005. Em telefonia local, a receita foi de R$ 2,95 bilhões ante R$ 2,98 bilhões no ano anterior. Em longa distância, foram R$ 960 milhões neste primeiro trimestre em comparação aos R$ 961 milhões um ano antes. Houve pequenas quedas nas receitas com chamadas internacionais e inter-setoriais, mas elas foram compensadas por um aumento no faturamento com ligações intra-setoriais.
Merece destaque o crescimento de 28,7% em comunicação de dados, que passou de R$ 452,8 milhões nos primeiros três meses de 2005 para R$ 582,6 milhões no mesmo período deste ano. A principal razão foi a expansão do Velox, serviço de banda larga da Telemar. Sua receita cresceu 50,8% em um ano, atingindo R$ 207,8 milhões entre janeiro e março de 2006. A base de clientes no final de março era de 900 mil usuários, 62% a mais que o verificado um ano antes.
Oi
Embora suas receitas bruta e líquida tenham aumentado na comparação anual, a Oi registrou um prejuízo líquido de R$ 28,1 milhões, mais que o dobro dos R$ 11 milhões de prejuízo que a empresa teve no primeiro trimestre de 2005. De acordo com Salazar, além dos R$ 33 milhões de baixa de estoque, houve um aumento nas depreciações e amortizações, que alcançaram R$ 158 milhões no trimestre. Vale lembrar também o crescimento de 45,9% no custos e despesas operacionais na comparação entre o primeiro trimestre de 2005 e o primeiro trimestre deste ano, passando de R$ 448,8 milhões para R$ 654,6 milhões.
Este, contudo, seria, segundo o executivo, um aumento saudável de custos, decorrente da expansão da operadora.
A receita bruta da Oi aumentou 38,1% em relação aos três primeiros meses do ano passado e atingiu R$ 1,02 bilhão. A receita líquida, por sua vez, cresceu 32,5% no mesmo período, alcançando R$ 750,7 milhões. O Ebitda, entretanto, caiu de R$ 117,7 milhões para R$ 96,1 milhões na comparação entre os primeiros trimestres de 2005 e 2006. A margem Ebitda baixou de 20,8% para 12,8% no período.
Empreiteiras
A Telemar informou que está prestes a concluir um processo de reestruturação das empresas parceiras que lhe prestam serviços de manutenção. A idéia é contratar um número menor de grandes empreiteiras para esse fim, em vez de trabalhar com uma rede pulverizada de pequenas empresas. Embora esse movimento possa aumentar o custo a curto prazo, a expectativa é de que as despesas diminuam a médio prazo, porque serão reduzidos os custos com contingências cíveis e trabalhistas. Além disso, a mudança objetiva melhorar a qualidade do serviço de manutenção.
Investimento
A Telemar investiu R$ 441 milhões entre janeiro e março. Desse total, R$ 341 milhões se destinaram à sua operação fixa e R$ 100 milhões à Oi. Para o ano de 2006 é esperado um investimento entre R$ 2,2 bilhões e R$ 2,4 bilhões, dos quais 75% serão aplicados na operação de telefonia fixa.
Endividamento
A dívida bruta ao fim de março era de R$ 11 bilhões, 11,8% maior que no final de dezembro passado. Cerca de 50% da dívida estava em moeda estrangeira. De acordo com a companhia, o aumento da dívida bruta está relacionado à emissão de debêntures locais de R$ 2,16 bilhões feita pela companhia. A dívida líquida, no fim do trimestre, era de R$ 5,9 bilhões, o que representa uma queda de 3,6% em relação ao fim do ano passado. O caixa da companhia fechou o trimestre com R$ 5,2 bilhões, valor 37% maior que aquele registrado ao fim do quarto trimestre.