O representante do sistema japonês ISDB-T no Brasil, Yasutoshi Miyoshi, divulgou nota sobre a implantação da TV Digital no país, cujo decreto será assinado nesta quinta-feira, 29/6, pelo presidente Lula, em Brasília.
A nota em um dos seus trechos diz que ? os empresários focam na oferta do melhor para o consumidor, e a cada evolução tecnológica surgem produtos de melhor qualidade. O SBTVD baseado no ISDB-T será o aprimoramento do mais recente sistema de televisão disponível comercialmente no mercado mundial. Os consumidores brasileiros merecem o melhor sistema de televisão e a proposta do SBTVD baseado no ISDB-T é unir o mais moderno sistema existente com as inovações e adaptações arquitetadas por especialistas brasileiros?.
Ela afirma ainda que ?os japoneses tomaram conhecimento e reconheceram os excelentes trabalhos dos pesquisadores brasileiros, e assumiram a integração e harmonização das inovações brasileiras, formalizando o compromisso de construção do sistema nipo-brasileiro através do ?memorando de entendimento? firmado em 13 de abril último entre os governos.
A nota do representante do ISDB-T em defesa do seu padrão considera relevante os seguintes pontos:
Trata-se de uma decisão de longo prazo
A definição tecnológica de um sistema de televisão deverá ter plenas condições de atender as necessidades das sociedades ao longo de décadas. A sua avaliação deverá ser severa e criteriosa, assim como foram os testes brasileiros realizados no país desde 1999. A decisão deverá atender à realidade atual e as possíveis necessidades futuras, sob pena de ocasionarem incalculáveis prejuízos com correções e adaptações posteriores para a adequação do sistema. Cientes disso, o Japão desenvolveu um sistema robusto e flexível que não só atende as demandas atuais, mas está capacitado para suportar a evolução da sociedade. E é esta plataforma tecnológica flexível e robusta, com a garantia e segurança das evoluções futuras, que o ISDB-T oferece para a sociedade brasileira.
A economia da robustez
A robustez da modulação BST-COFDM do ISDB-T permite plena recepção de televisão apenas com a antena interna – a realidade de mais de 60% dos brasileiros – e traz uma economia real para o telespectador. De que adiantaria o receptor de televisão ser R$10 mais barato, se o consumidor tiver de despender de R$150 a R$ 200 para a compra e instalação de uma antena externa que garantirá a recepção do sinal? E se a imagem e o som do televisor desaparecerem quando ligarmos o liquidificador? Teremos de escolher entre bater um suco ou assistirmos à televisão? Isto seria sim, o barato que sai caro!
O mito do preço alto
O Japão comercializa tanto produtos de alto valor agregado quanto equipamentos com valores reduzidos e consequentemente mais simples. O SBTVD será baseado no ISDB-T, mas não significa a transferência de produtos japoneses de prateleira. O Brasil terá sua linha de televisores e terminais de acesso que atenda às necessidades, às exigências e ao poder aquisitivo dos consumidores brasileiros. O sistema ISDB-T permitirá que o consumidor tenha à sua disposição os receptores simples, mas também os de última geração, para atender a diversidade dos consumidores brasileiros. O receptor do SBTVD, baseado no sistema ISDB-T, de custo acessível não é um mito, mas uma realidade. Já existem receptores de baixo custo desenvolvidos e construídos pelo consórcio USP-LSI, UFPB e Universidade Mackenzie em conjunto com uma indústria nacional de receptores de satélite. Este receptor compartilha 90% dos componentes com o receptor de satélite digital do padrão europeu DVB-S.
As oportunidades de exportação para o Brasil
Se 90% dos componentes do receptor são compatíveis entre os sistemas, não há que se falar em restrição às exportações, pois bastará substituir o componente específico do sistema de modulação. A partir do receptor SBTVD é possível a produção de receptores ISDB-T, ISDB-S, DVB-T, DVB-S, DVB-C, ATSC com a substituição do componente específico de cada um dos sistemas (o ?chip? de demodulação), ou seja, literalmente qualquer sistema. Assim, a exportação dos produtos seria uma questão de aquisição de competitividade frente à fabricação na China e no Leste Europeu, que hoje suprem os grandes mercados. Mas a grande oportunidade deverá estar na América do Sul, onde o Brasil poderá liderar a escolha do sistema de televisão e também fabricar e suprir estes países.
A oportunidade real de projeção internacional
No SBTVD, as inovações brasileiras deverão estar harmonizadas no sistema ISDB-T, e estas, encaminhadas ao ITU, garantindo o alinhamento do SBTVD com as resoluções internacionais, bem como a inserção e projeção internacional das pesquisas e inovações brasileiras.
?Existem outros aspectos, que não são poucos, que conferem ao SBTVD, baseado no ISDB-T, absoluta e insuperável superioridade técnica e comercial. Os brasileiros merecem o melhor e estamos confiantes que a melhor escolha será feita?, finaliza a nota.